Por que a XP está mais cautelosa com a bolsa brasileira após decisão do Copom

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 13,75% na última reunião de 2022 deixou a XP Investimentos mais cautelosa com a bolsa brasileira. Com a taxa básica de juros seguindo nos dígitos duplos e o Banco Central mandando recado sobre o risco fiscal, a equipe de estratégia da XP reforçou a postura defensiva.

“Com uma trajetória de política fiscal ainda bastante incerta, a volatilidade deve continuar nos mercados. Portanto, é preferível um posicionamento mais defensivo”, afirmam em relatório os estrategistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig.

Para eles, o Brasil corre o risco de voltar aos “hábitos antigos”, em meio a discussões sobre despesas fora do teto dos gastos no ano que vem. “As perspectivas daqui para frente começaram a ser tornar mais negativas e indicam um posicionamento mais cauteloso em relação às ações’, emendam.

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Com os riscos fiscais de volta ao radar, as principais questões para o mercado doméstico continuam sendo sobre a composição do novo time econômico do governo eleito e a nova âncora fiscal em 2023. “O risco de desequilíbrio fiscal daqui para frente já removeu projeções de que a taxa Selic será cortada no ano que vem”, lembram os estrategistas. 

Apesar da cautela, Ibovespa está atrativo 

Diante dessa visão mais cautelosa, a XP projeta um valor justo para o Ibovespa em 125 mil pontos ao final de 2023. Além dos sinais negativos em relação à política fiscal no Brasil; globalmente, os riscos de uma recessão também continuam a crescer.

Com isso, podem surgir novas revisões para baixo nos lucros das empresas. Ainda assim, a XP aponta três razões que devem seguir sustentando o Ibovespa no horizonte à frente: os múltiplos descontados; o prêmio de risco atrativo e o foco em dividendos.

Olho nos dividendos

Portanto, os investimentos em bolsa continuam oferecendo boas oportunidades, apesar de ser um cenário de maior cautela em 2023. Em particular, a XP destaca as ações pagadoras de dividendos, como Copel (CPLE6), Petrobras (PETR4), BrasilAgro (AGRO6) e Vale (VALE3).

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