Por que a Vale (VALE3) é o melhor papel de mineração da América Latina, segundo Itaú BBA; veja potencial

A Vale (VALE3), apesar das incertezas em torno do minério de ferro (e da China), ainda é a favorita do Itaú BBA, que reiterou compra para o papel, com preço-alvo de R$ 75, abrindo potencial de alta de 33% em relação ao fechamento da última sexta-feira (17).
Para a corretora, a ação pode render 11% em dividendos para 2025 a 2027, o que é elogiado por analistas. Daniel Sasson, que assina o relatório, diz que a empresa está focada em diminuir custos ao mesmo tempo que reavalia projetos futuros, podendo se traduzir em proventos mais gordos para o acionista.
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O BBA afirma ainda que a mineradora está fazendo o esforço para ‘vender seu peixe’ para investidores estrangeiros, agora que a maioria dos problemas foi resolvido, como a escolha do CEO, a renovação da concessão de ferrovias e o acordo da multa de Mariana.
“Acreditamos que a Vale está se tornando uma história mais clara de crescimento da produção, redução de custos, otimização de capex e desalavancagem, o que pode levar a uma reclassificação e uma redução do desconto em relação aos pares australianos”.
E como ficará a oferta?
Do lado da produção e demanda, a Vale diz que trabalha com cenário de produção flexível para se preparar e se proteger do sobe e desce do minério de ferro.
Nesta segunda, inclusive, o contrato futuro caiu 1,14% após ter disparado mais de 2% na sexta. As atenções estão voltadas para o plano da China para reaquecer a economia do país.
Seja como for, a empresa acredita que um declínio potencial nas taxas de produção de aço da China (estabilizando entre 900-950 milhões de toneladas nos próximos 5-10 anos) pode ser compensado por uma maior produção na Índia, Oriente Médio, e Sudeste Asiático.
Dividendos da Vale; vai ou não vai?
Apesar dos elogios do Itaú BBA, outra casa está mais pessimista com a ação. Na semana passada, o UBS-BB iniciou a cobertura com preço-alvo de US$ 10,5 para as ADRs e recomendação neutra.
Entre os pontos de cautela da corretora está a perspectiva para o minério de ferro. Segundo os analistas, enquanto os preços se manterão estáveis, a oferta nos principais produtores, entre eles Brasil, Austrália e África, deve continuar aumentando.
Nos cálculos dos analistas, a oferta da commodity crescerá 1%, enquanto os preços ficarão em US$ 100.
Com a China, o UBS-BB acredita que o estímulo gere um modesto impulso de demanda que compense parcialmente a fraqueza no setor imobiliário.
Outro problema diz respeito a multa de Mariana e Brumadinho, que chega a R$ 170 bilhões, cerca de US$ 30 bilhões, o que pode atrapalhar o caixa da empresa.