Bradesco

Por que a Sanepar caiu tanto após o resultado?

11 ago 2017, 20:21 - atualizado em 05 nov 2017, 13:58

Sanepar

A queda de 6% das ações da Sanepar (SAPR4) na quarta-feira (9) após a apresentação dos resultados no segundo trimestre foi vista como um exagero pelos analistas. O lucro líquido da empresa ficou em R$ 196,9 milhões, uma queda de 5,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

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O Ebitda chegou a R$ 320,5 milhões. O valor está 5,7% abaixo do visto um ano antes. A receita operacional líquida ficou em R$ 909 milhões, crescimento 3,7% em relação ao ano anterior.

“Os resultados do segundo trimestre mostraram elevação das despesas operacionais, mas o crescimento dos gastos com pessoal deve ser ajustado”, avalia o analista Francisco Navarrete da Bradesco Corretora. Segundo ele, a queda dos papéis pareceu exagerada e foi motivada por dois principais fatores.

O primeiro é o que Navarrete considera uma interpretação indevida em relação ao aumento das despesas operacionais. Ele argumenta que a alta de 31% na base anual, se ajustada na base comparativa relacionada ao dissídio de 2016, resulta em um avanço real bem menor (8,2%) na folha de pagamentos.

O segundo é o inesperado declínio nos volumes processados de água e esgoto em relação ao mesmo período do ano anterior. A corretora cortou o preço-alvo para as ações de R$ 21 para R$ 18, mas manteve a recomendação de compra.

Geração de caixa

Segundo a consultoria Eleven Financial, a companhia continua mostrando uma geração de caixa muito forte.

“O descasamento entre reajustes salariais e tarifários foi um dos aspectos negativos, mas que não altera o case em nossa visão”, explica o analista Raul Grego. Ele estima que o terceiro trimestre terá crescimento em relação ao ano anterior, o que mostra a “alta previsiibilidade da companhia”.

“Prefiro a condição de antever os números quando falamos de utilities [empresas de serviços públicos], mais do que quando vêm grandes “surpresas”. Utility é estabilidade e rentabilidade, e nestes itens, Sanepar segue firme em nossas carteiras recomendadas, tanto de valor, quanto de proventos”, ressalta Grego. O preço-alvo da Eleven para a Sanepar é de R$ 21.

Dúvidas

Parte da desconfiança do mercado com a Sanepar vem da aplicação do reposicionamento tarifário. Há dúvidas sobre a continuidade do reajuste de sete parcelas anuais de 2,11%, duas eleições para o governo do estado do Paraná irão acontecer ao longo deste período.

“Se o reajuste não for respeitado, isso significaria que o retorno regulatório implícito é menor que o esperado inicialmente. Então, parece que os investidores estão em modo de espera antes de fazer qualquer movimento, a fim de ter mais clareza sobre o resultado das eleições de 2018”, avalia o BTG Pactual em um relatório assinado por Joao Pimentel, Antonio Junqueira e Gustavo Castro.

O banco estima dois preços-alvos diferentes para a companhia, além do cenário-base (R$ 15). O mais otimista, com o reajuste respeitado, levaria a ação a R$ 18. Caso ele seja respeitado apenas em 2017 e 2018 e apenas com a correção da inflação por mais seis anos, o preço-alvo observado é de R$ 11. A recomendação é de compra.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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