Por que a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) deixa bancos americanos arrepiados
E eis que surge o primeiro solavanco no mercado bancário americano. Na semana passada, após a divulgação dos seus resultados, as ações do Silicon Valley Bank (SVB) Financial Group (Nasdaq: SIVB) desabaram mais de 60% no pregão regular da Nasdaq.
O banco, reconhecido por sua ligação íntima com o mundo da tecnologia, divulgou uma ampla reestruturação do seu balanço e das suas atividades, deixando de cabelo em pé seus investidores, credores e usuários.
Detentor de uma base de depósitos de aproximadamente US$ 150 bilhões, o Silicon Valley Bank deflagrou uma venda forçada de US$ 21 bilhões de dólares da sua carteira de ativos, o que gerou um prejuízo de US$ 1,8 bilhão e provocou a necessidade de uma oferta de ações de US$ 2,3 bilhões para cobrir as perdas.
Isso provocou a corrida dos correntistas para retirar os recursos do banco, colocando em alerta todo o setor financeiro americano.
A saída para o banco era clássica dos momentos de ruptura: encontrar um comprador. Sob a ótica do banco central americano, haveria pouco a se fazer. O SVIB já detinha cerca de US$ 15 bilhões emprestados do FED de São Francisco, o que limitaria a possibilidade de um resgate oficial por parte do setor público. A venda para alguma instituição privada era a única saída.
Ainda na sexta-feira à tarde, após a intervenção do Departamento de Proteção e Inovação Financeiras da Califórnia, o FDIC (Federal Deposit Insurance Corp) assumiu a instituição e deve garantir o resgate para os depositantes dos bancos que detinham até US$ 250 mil nas contas correntes. Para os demais, a discussão deve demorar algum tempo.
Quebra do SVB é a pior desde 2008
Essa dinâmica traz à memória a quebra do Bear Stearns, nos idos de 2008. A situação era similar e a tábua de salvação veio por meio da aquisição feita pelo JP Morgan (NYSE: JPM).
Naquele ano, os problemas eram a alavancagem das estruturas de hipotecas. Agora, o problema do Silicon Valley Bank (e de outras instituições) é que boa parte da carteira de ativos é composta por títulos de dívida de startups. Pior de tudo: várias delas a juros zero, lastreada em opções para se comprar as ações de companhias cuja rentabilidade, na melhor das hipóteses, é praticamente nula.
Os reflexos do estouro da “mãe de todas as bolhas” ainda vão alcançar as economias globais. A caminhada para a capitulação é recheada de entreveros, e os “bear market rallies” vão ser constantes.
Por exemplo, em todas as últimas vezes que o Nasdaq tentou engatar uma tendência de alta, acabou por fazer novas mínimas. E não acredito que agora será diferente. Paciência é a chave de quando se opera vendido.
Gráfico 1 – Comportamento do índice Nasdaq do seu pico até o fechamento de sexta (10). Fonte: Koyfin.
Evento liga alerta no setor financeiro
Mas de volta à macroeconomia, é importante ressaltar a deterioração do setor financeiro americano. O evento SVB…
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