Combustíveis

Por que a Petrobras (PETR4) reduziu o preço da gasolina e não reajustou o valor do diesel?

19 jul 2022, 14:47 - atualizado em 21 jul 2022, 0:28
Diesel
O último reajuste feito pela Petrobras foi anunciado em 17 de junho, quando a gasolina subiu 5,2% e o diesel avançou 14,2%. (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Nesta terça-feira (19), a Petrobras (PETR4) anunciou o reajuste do preço da gasolina nas suas refinarias. A partir de quarta-feira (20), o litro da gasolina passará de R$ 4,06 para R$ 3,86 – trata-se de uma redução de 4,93% ou R$ 0,20 por litro.

Com esse reajuste, e considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição do combustível comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro (-5,07%) vendido na bomba.

O bolso do consumidor agradece a redução no preço. No entanto, a empresa não mexeu nos valores do diesel. O último reajuste feito pela Petrobras foi anunciado em 17 de junho, quando a gasolina subiu 5,2% e o diesel avançou 14,2%.

De lá para cá, o que aconteceu foi histórico: pela primeira vez, desde 2004, o preço do litro do diesel passou o da gasolina, de acordo com dados divulgados no final do mês passado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O motivo do reajuste de hoje ser apenas na gasolina é simples: o preço do diesel no mercado internacional está alto.

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Disputando com gigantes

A previsão do mercado é que o diesel possa ficar ainda mais caro ao longo do segundo semestre, porque a União Europeia está substituindo o gás russo pelo diesel. Os países europeus reduziram o consumo de energia vinda da Rússia, depois que Vladimir Putin invadiu a Ucrânia.

Acontece que 40% do gás consumido no continente vem do leste europeu – ou seja, não é fácil mudar a fonte energética de um dia para o outro. Além disso, a região teme por uma falta de energia em pleno inverno, o que impulsionou o estoque do diesel e a sua diminuição de oferta no mercado.

E mais: no outro lado do oceano, os Estados Unidos estão em período de furacões – entre 1º de junho e 30 de novembro. Aqui também acontece a estocagem de combustível para passar pela diminuição da produção. Com isso, o preço do diesel disparou no mercado internacional.

A gasolina, por outro lado, está conseguindo acompanhar os preços do petróleo. No último mês, o barril do tipo Brent já caiu 5% e gira em torno de US$ 100. Quando a Petrobras fez o reajuste de junho, o preço estava, pelo menos, US$ 10 mais caro. Como a Petrobras segue uma política de paridade internacional, fazia sentido reduzir os valores do litro da gasolina.

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