Por que a Petrobras (PETR4) não está preocupada com a alta no petróleo?
Os efeitos da guerra entre Israel e o Hamas vem gerando tensão no mercado, especialmente quando o assunto é petróleo. Os preços da commodity vêm subindo desde que o conflito começou, na semana passada, com o risco de um envolvimento dos demais países do Oriente Médio.
No entanto, a Petrobras (PETR3; PETR4) parece não estar preocupada com a volatilidade do petróleo. O presidente da estatal, Jean Paul Prates, passou a quarta-feira (18) falando que a guerra não é totalmente culpada pelas recentes altas do produto no mercado internacional.
Segundo o executivo, apesar de espasmos de preço de combustíveis vistos após os ataques do Hamas sejam esperados, o aumento recente no barril de petróleo foi pontual, sendo que “já tinha uma inflação estrutural acontecendo”.
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“Nós achamos que os espasmos que tivemos de preço são característicos de conflitos, como quando o Iraque invadiu o Kuwait. Normalmente você tem dois ou três dias de espasmos de preço, depois ele volta. Como ele já estava em ascensão, continuamos acompanhando”, aponta.
Ele também não acha que haverá uma elevação constante por causa do conflito, assim como a guerra não deve avançar para áreas de produção e escoamento de petróleo no curto prazo. No caso, o principal produtor do Oriente Médio é a Arábia Saudita, com uma previsão de produção de 9 milhões de barris por dia entre os meses de outubro e dezembro.
Ainda assim, a empresa está de olho em como o petróleo irá reagir aos próximos dias. “Piorar mais é a tempestade perfeita”, afirmou o executivo.
Ontem, o tipo Brent, que é referência internacional, subiu 1,77%, a US$ 91,50 por barril. Hoje, por volta das 9h, a commodity caia 1,09%, a US$ 90,50 o barril.
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Petrobras: defasagem dos combustíveis
Prates descartou a possibilidade da guerra interferir no preço dos combustíveis no Brasil no curto prazo. Por outro lado, dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), há espaço para novas altas nos preços dos combustíveis.
No caso do diesel, a defasagem nas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional está em 15%. Trata-se de R$ 0,65. Já a gasolina está mais alinhada, com uma defasagem de 2%, ou R$ 0,05.