Por que a Faria Lima resiste ao nome de Haddad à frente da equipe econômica
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar na manhã desta sexta-feira (9) os primeiros nomes dos escolhidos para comandar alguns ministérios em seu terceiro mandato. Entre eles, a expectativa é de que estará o de Fernando Haddad à frente da equipe econômica.
Embora não espere surpresas, o mercado mandou recado a Lula e deu todos os sinais de que preferiria outro nome. O petista, por sua vez, deu bastante tempo ao mercado para se adaptar a Haddad na Fazenda. Afinal, mais do que uma simples escolha de ministro, o Lula está apostando em seu sucessor em 2026.
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“É público e notório o esforço de Lula em empoderar Haddad e fazer deste seu sucessor direto já em 2026, uma vez que a idade avançada do presidente [eleito] deve frustrar a perspectiva de um segundo mandato”, explicou André Perfeito, economista com passagem na chefia de grandes corretoras no Brasil, como Necton e Gradual.
Faria Lima resiste a Haddad
Mas por que a Faria Lima resiste tanto ao nome de Haddad no comando da equipe econômica?
“O nome de Haddad para Fazenda traz alguns questionamentos sobre a ‘autonomia’ que o mesmo teria frente ao Lula”, explica o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Para ele, por mais que seja evidente que não há como um ministro da Fazenda fazer algo que o presidente da República não quer, a dúvida é se Haddad seria capaz de encampar um embate contra Lula caso seja aconselhado, por razões técnicas, a tentar conter alguns ímpetos econômicos de Lula.
Esse temor de grande parte da Faria Lima acontece porque a aposta é de que, com Haddad no comando da Pasta, o novo governo Lula deve expandir os gastos públicos, tal qual sugerido na PEC da Transição. Ou seja, o mercado não perdoa erros de governos passados do PT.