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Por que a Copa é um mau negócio para a Ambev

06 jul 2018, 14:06 - atualizado em 06 jul 2018, 14:06

Bares cheios, festa, churrasco e Copa do Mundo. Parece o cenário perfeito para a Ambev (ABEV3) maior fabricante de cervejas do Brasil, mas não é. Ou seja, aquela ideia de de que o evento global é “um mês de verão durante uma temporada de inverno” não se traduz em números tão favoráveis para o balanço.

Os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira do BTG Pactual, lembram que embora possa haver um aumento de volume marginal, o impacto líquido no Ebitda e na margem Ebitda, que são medidas de lucro e margem operacional, é mais controverso.

“É claro que não estamos levando em conta a estratégia da Ambev de usar o evento como uma oportunidade de construção de marca a longo prazo, cujos impactos não são sentidos imediatamente”, pontuam. A teste de Duarte e Ferreira tem a ver com o custo para se vender em um momento em que as principais marcas do país também investem pesado em publicidade.

Concorrência

O BTG analisou o desempenho da empresa nas últimas três Copas e descobriu que o período não foi tão lucrativo para cada hectolitro (cem litros). Nas duas últimas edições, a margem Ebitda de cerveja do Brasil ficou aquém das margens médias durante o segundo trimestre do ano anterior.

Por quê? Segundo os analistas, é possível observar duas coisas: com exceção de 2006, custos unitários mais altos (explicados, entre outros fatores, pelo mix de embalagens menos favorável) reduziram as margens brutas, enquanto que o forte aumento nas despesas de vendas pressionou ainda mais a margem Ebitda em todos os 3 anos da Copa do Mundo.

Desta forma, o banco entende que  esta Copa do Mundo irá seguir a tendência das edições anteriores, sem qualquer expansão relevante de margem.

“Com a inflação da cerveja em baixa, a dinâmica ainda fraca da indústria de cerveja do trimestre passado e um impacto potencialmente negativo nas vendas da greve de caminhões no segundo trimestre, fica difícil construir um cenário positivo em que a Ambev mais que compensa os investimentos em marketing sazonal e expande sua margem”, destacam.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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