Por que a casa cai para MRV (MRVE3) após os resultados do 2T23?
As ações da MRV (MRVE3) têm um dos piores desempenhos no índice Ibovespa nesta quinta-feira (10), após a construtora mineira divulgar os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano.
Por volta das 13h25 (de Brasília), os papéis lideravam as perdas do setor de construção civil com recuo de 2,5%, após caírem mais de 4% no início dos negócios.
A empresa vem exibindo melhora em seus números, com aumento de lucros, da receita operacional, reduzindo a alavancagem financeira. Porém, segue queimando caixa.
Analistas destacam o processo de recuperação da companhia, no qual pode ser observado pelas margens. O head de real estate da XP, Ygor Altero, comenta que a margem bruta de novas vendas “aumentou acentuadamente” para 31,7% – alta de 6,7 pontos percentuais (p.p.) na base anual.
“O que deve continuar a apoiar o processo de recuperação da rentabilidade da MRV”, comenta. Enquanto os analistas do BTG Pactual chamam a atenção para a “recuperação da margem bruta”, crescendo 2,9 p.p., para 25,9%.
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Enquanto a equipe do Santander ressalta que a construtora continuou a apresentar indícios positivos quanto ao seu processo de recuperação, refletido principalmente na margem bruta ajustada da unidade de negócios no Brasil, que atingiu 25,8% – avanço de 3,2 p.p. ante um ano antes.
Outro ponto que os analistas do banco espanhol destacaram é o aumento contínuo de preços das unidades lançadas e vendidas, o que tem ajudado na recuperação das margens.
“Além disso, a alavancagem financeira não deve representar mais uma fonte relevante de preocupação. Não apenas devido aos recursos, de R$ 1 bilhão, do recente follow-on, mas também porque o consumo de caixa da unidade de negócios no Brasil caiu 34% no trimestre”, avaliam.
MRV exibiu melhora, mas teve ponto negativo
Para Altero, da XP, os resultados financeiros da MRV tiveram um ponto negativo: o lucro líquido.
Segundo ele, o montante consolidado de R$ 181 milhões da MRV&Co foi ajudado por operações de swap e efeitos de marcação a mercado de instrumentos financeiros derivativos.
“Excluindo eventos não recorrentes, a MRV&Co reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 20 milhões, contra nossa estimativas de lucro líquido de R$ 2 milhões. Isso ainda afetado por despesas financeiras mais altas”, observa.
As casas de análises seguem recomendando compra para as ações da MRV, principalmente, na expectativa pelos resultados do terceiro trimestre, que deverá refletir as mudanças no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
No ano, os papéis da construtora têm valorização de 77%.