Por que a Bolsa caiu tanto? Entenda os motivos e saiba o que fazer

O principal índice de ações da Bolsa brasileira, Ibovespa (IBOV), acumula queda de cerca de 10% desde o dia 7 junho até esta quinta-feira, 19 de agosto. Mas qual o motivo dessa baixa?

Para responder essa dúvida, o Money Times teve acesso ao relatório divulgado pela Genial Investimentos nesta última quarta-feira (18).

Antes de tudo, a corretora fez comentários sobre a temporada de balanços, período em que as empresas de capital aberto na Bolsa divulgaram seus resultados financeiros trimestrais.

Para surpresa de muitos, a maioria das companhias registrou números acima da expectativa do mercado, cerca de 47,62%. Além disso, 34,52% não agradaram os analistas e os 17,86% restantes foram dentro do esperado. Desse modo, a grande maioria ou agradou ou foi bem aceita, um total de 65,48%, mesmo assim, o Ibovespa derreteu.

Em primeiro lugar, os especialistas do setor financeiro enxergaram as questões políticas entre os fatores negativos, como por exemplo, o atrito entre os três poderes, teto de gastos, PEC dos Precatórios, Reforma Tributária e a CPI da Covid-19.

Não obstante, quando esses motivos foram somados a um movimento de elevação da Selic no curto prazo, eles acarretaram em uma deterioração não somente dos investimentos de riscos, mas também de produtos ligados a renda fixa, que foram penalizados pela marcação a mercado por conta da alta dos juros de longo prazo.

Por isso, mesmo com os bons resultados das empresas na temporada de balanços, a queda das ações aconteceu por causa do aumento no custo para adquirir empréstimos, o que impactou as companhias de pequeno capital (Small Caps), além de papéis do setor imobiliário, elétrico, varejo e bancos.

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“A justificativa para esse movimento de queda, é que o custo de capital cresceu numa velocidade superior ao crescimento dos lucros das empresas, e assim, promoveu um ajuste no mercado brasileiro”, afirmou a Genial Investimentos.

O que fazer agora?

A corretora comentou que esse cenário de instabilidade tende a ficar no ar, ainda mais por causa dos fatores políticos.

As questões fiscais, por exemplo, serão solucionadas após o governo finalizar toda a votação do Orçamento de 2022 e de uma forma que agrade o mercado, o que não tem um prazo definido para acontecer, exceto pelo encaminhamento da proposta ao Congresso, o qual está previsto para o final de agosto.

Não obstante, a corretora relatou também que o próximo ano terá eleições gerais, mais um motivo para instabilidade no mercado, sendo assim, as quedas apresentam boas oportunidades para quem procura investir no longo prazo.

“Para aquele investidor de longo prazo e que entende os fatores de risco envolvidos, entendemos que o mercado já apresenta boas oportunidades para alocação, desde que feita com parcimônia e em partes”, concluíram os analistas.