Por que a Americanas (AMER3) não pagou remuneração a debenturistas?
A Americanas (AMER3) informou nesta terça-feira (17) que não realizou o pagamento da remuneração prevista a debenturistas da 17ª emissão da companhia. A informação foi divulga em resposta à solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo a varejista, o calote no título é respaldado pela decisão da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no âmbito da tutela de urgência cautelar antecedente ao processo de recuperação judicial.
Na decisão, o juiz suspende de forma liminar “a exigibilidade de todas as obrigações relativas aos instrumentos financeiros e às instituições relacionadas e todas as entidades de seus grupos econômicos”.
As debêntures da 17ª emissão envolvem uma dívida de R$ 2 bilhões, com recursos para reforço do caixa da Americanas e para fazer frente às dívidas com vencimento em 2022 e 2023, conforme ata de reunião do conselho de administração publicada em junho do ano passado.
O que aconteceu com a Americanas?
Na semana passada, a Americanas encontrou uma inconsistência contábil de cerca de R$ 20 bilhões em análise preliminar. Com isso, a dívida da varejista passou a ser de R$ 40 bilhões.
A companhia afirma que, entre as inconsistências, está a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem nas quais é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras.
Na última sexta-feira (13), Americanas obteve uma decisão da Justiça protegendo-a por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para forçar um acordo com credores ou pedir recuperação judicial.
A varejista anunciou, na segunda-feira (16), a contratação do Rothschild & Co como interlocutor da companhia no processo de renegociação de dívidas, a nível Brasil e internacional.
A relação entre os acionistas e os credores está estremecida, criando um cenário ainda mais nebuloso em relação ao futuro da varejista.
Veja o comunicado da Americanas: