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Por que a Americanas (AMER3) não pagou remuneração a debenturistas?

17 jan 2023, 10:05 - atualizado em 17 jan 2023, 10:05
Americanas
Americanas não realizou o pagamento da remuneração prevista a debenturistas da 17ª emissão (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

A Americanas (AMER3) informou nesta terça-feira (17) que não realizou o pagamento da remuneração prevista a debenturistas da 17ª emissão da companhia. A informação foi divulga em resposta à solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a varejista, o calote no título é respaldado pela decisão da 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no âmbito da tutela de urgência cautelar antecedente ao processo de recuperação judicial.

Na decisão, o juiz suspende de forma liminar “a exigibilidade de todas as obrigações relativas aos instrumentos financeiros e às instituições relacionadas e todas as entidades de seus grupos econômicos”.

As debêntures da 17ª emissão envolvem uma dívida de R$ 2 bilhões, com recursos para reforço do caixa da Americanas e para fazer frente às dívidas com vencimento em 2022 e 2023, conforme ata de reunião do conselho de administração publicada em junho do ano passado.

O que aconteceu com a Americanas?

Na semana passada, a Americanas encontrou uma inconsistência contábil de cerca de R$ 20 bilhões em análise preliminar. Com isso, a dívida da varejista passou a ser de R$ 40 bilhões.

A companhia afirma que, entre as inconsistências, está a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem nas quais é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras.

Na última sexta-feira (13), Americanas obteve uma decisão da Justiça protegendo-a por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para forçar um acordo com credores ou pedir recuperação judicial.

A varejista anunciou, na segunda-feira (16), a contratação do Rothschild & Co como interlocutor da companhia no processo de renegociação de dívidas, a nível Brasil e internacional.

A relação entre os acionistas e os credores está estremecida, criando um cenário ainda mais nebuloso em relação ao futuro da varejista.

Veja o comunicado da Americanas:

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