Por pressões no curto prazo, ação da XP (XPBR31) não parece ser a melhor opção agora, avalia UBS BB
Riscos no curto prazo devem continuar afetando as ações da XP Inc. (XP), avalia o UBS BB.
Números positivos do balanço do quarto trimestre de 2021 à parte, questões como a venda de participação da Itaúsa (ITSA4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) na empresa e a taxa de juros de dois dígitos no Brasil jogam um pouco de pressão nos ativos, o que explica a recomendação “neutra” dos analistas para os papéis da companhia. O preço-alvo foi mantido em US$ 37.
Segundo Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Kaio Prato, autores do relatório do UBS BB divulgado no início desta semana, a Selic a 11,75% reduz a vantagem competitiva das plataformas de investimento.
Indicadores vêm mostrando que o mercado de capitais brasileiro não tem desempenhado bem no início do ano, destacam os analistas. Com isso, a expectativa é de que o primeiro trimestre seja fraco para a XP.
As pressões também devem pesar para o BTG Pactual (BPAC11), avalia o UBS BB. O banco tem recomendação neutra pra as units, embora acredite que os papéis da instituição podem superar o desempenho das ações da XP no curto prazo, considerando a “diferença de valuation significativa” e “melhores perspectivas de crescimento para os resultados em 2022”. O preço-alvo subiu de R$ 29 para R$ 31.
O segmento de Investment Banking (IB), responsável por 17% das receitas do BTG em 2021, apresentou uma performance acima do esperado no ano passado. Para 2022, os analistas projetam um declínio material na linha, para R$ 1,3 bilhão.
“Ainda seria o terceiro melhor ano para o segmento, mas implica uma queda de 44% vs. 2021”, destacam Batista, Arthuzo e Prato.
O UBS BB avalia que, apesar de resultados gerais negativos, uma atividade menor no mercado de ações pode ser parcialmente mitigada pelo mercado de crédito e por aquisições.
Mesmo com o rating “neutro” para a XP, os analistas destacam a sólida expansão de receitas da empresa. O UBS BB espera ver crescimento de receita líquida total de aproximadamente 27% nos próximos três anos, além de uma expansão de cerca de 30% ao ano em ativos sob custódia entre 2021 e 2024.
A expectativa de lucro ajustado é de R$ 4,3 bilhões em 2022 e de R$ 5,6 bilhões em 2023, ligeiramente acima das estimativas do consenso do mercado.
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