Consumo

Por preço menor e consumo doméstico maior, café robusta acentua demanda industrial interna e externa

26 nov 2020, 11:06 - atualizado em 26 nov 2020, 11:13
café
Variedade de café menos nobre tem consumo garantido nas torrefadoras e indústrias de solúvel (Imagem: Marcello Casal Jr)

A saca do café robusta em torno dos R$ 420 reforça a redução da quantidade do arábica vendida no varejo brasileiro. Cresceu o uso da variedade no blend com o segundo tipo, considerado mais nobre apesar das várias escalas qualitativas.

O mercado internacional também se tornou mais comprador, onde aceitação do robusta – ou conilon – é destinada à indústria de café solúvel.

E as previsões para 2021 se mantêm iguais as de 2020.

Nas torrefadoras brasileiras, o aumento na mistura já vinha ocorrendo, pelo ganho do consumo doméstico nos meses mais agudos da pandemia, confirma Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooxupé. Em julho, por exemplo, isso era bastante visível, como destacou Money Times.

Mas, mesmo com esse aquecimento, o poder aquisitivo seguia reprimido, daí que as marcas passaram compor seus produtos com mais conilon, que pesa menos no fluxo de caixa.

“Só que agora caiu um pouco porque o preço (R$ 420/sc) ficou muito alto”, diz o executivo da maior cooperativa brasileira de arábica.

Para a maior cooperativa brasileira de conilon, a Cooabriel, do Espírito Santo, a qualidade crescente do conilon também acentua a demanda das indústrias locais e internacionais. E os preços competitivos igualmente elevam a procura, afirma Edmilson Calegari, gerente geral.

No mercado internacional, o consumo tradicional do café instantâneo, tipicamente doméstico, marcou pontos também pelas restrições de circulação mais severa. “A pegada da indústria de solúvel foi muito forte e deverá continuar”, avalia Marcus Magalhães, da Maros Corretora, do Espírito Santo, centro brasileiro da variedade.

Vai pesar para o ciclo 21/22 a menor disponibilidade esperada para o café arábica brasileiro, tanto internamente quanto externamente, lembra Magalhães, proprietário também da MM Cafés.

A trading suíça Volcafe, por exemplo, estima safra 33% menor no Brasil, sob impacto da seca este ano, cuja produção poderá cair para 34,2 milhões de sacas. Se consolidado, inflaria muito o estimado déficit global de café.

Ai que entrará, portanto, mais robusta para as necessidades das indústrias.

Este ano, segundo a Conab, foram colhidas 14,2 milhões de sacas.

No mercado londrino, onde se negocia a variedade dominada pelo Vietnã, a tonelada já atingiu máximas de US$ 1,4 mil em 20 de novembro, mas perdeu força para os US$ 1,365 mil desta quinta (26), mas não perde totalmente o viés altista ante os fortes recuos na oferta do produto asiático.

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