Internacional

População da China pode começar a cair em 2022, muito antes do previsto

22 jan 2022, 18:36 - atualizado em 22 jan 2022, 18:36
China bebê
Cálculos do Bank of America apontam que os novos nascimentos podem cair abaixo de 10 milhões em 2022 (Imagem: Unsplash/ @dx_www)

A China, país com maior população do mundo, pode começar a ver uma queda em breve,  após um aumento pequeno de 0,03% em 2021. Esta foi a taxa de crescimento mais lenta desde a Grande Fome entre os anos 1959 e 1961.

Cálculos do Bank of America apontam que os novos nascimentos podem cair abaixo de 10 milhões em 2022 (de 10,6 milhões em 2021), pois o número de mulheres no pico da idade de fertilidade (de 20 a 34 anos) em 2022 pode se contrair mais acentuadamente do que em 2021, dada uma queda no número de mulheres de 15 a 29 anos em 2017 versus 2016.

As mortes, por outro lado, podem aumentar gradualmente dos 10,1 milhões em 2021, dado o envelhecimento da população.

“Pesquisadores que têm acesso aos dados mensais de novos nascimentos da China descobriram que os nascimentos contraíram mais de 30% em relação ao ano anterior em novembro e dezembro de 20201, contra -18% no ano inteiro. O quarto trimestre é geralmente a alta temporada para nascimentos de crianças na China, já que os meses próximos ao Ano Novo Lunar são uma janela popular para concepções”, destaca Xiaoqing Pi, economista do Bank of America para a China.

Nascimentos anuais, mortes e taxa de crescimento natural da população da China

Fonte: NBS, CEIC e Bank of America

Segundo ele, mesmo que a China consiga evitar uma contração este ano, sua população ainda provavelmente atingirá o pico bem antes de 2024, que é o que sugere a estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2019. Em conjunto, a contração da população provavelmente chegará muito mais cedo do que em 2030, como também previu em 2019 o think-tank “Chinese Academic of Social Sciences (CASS)”.

“Uma contração mais precoce ou mais acentuada significa desafios demográficos mais agudos, que vão desde o envelhecimento da população, problemas nas pensões e a menor demanda habitacional”, explica Pi.

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