CryptoTimes

Poolin retoma pagamentos de tokens lastreados nas redes Bitcoin e Ethereum

16 ago 2021, 13:52 - atualizado em 16 ago 2021, 14:26
Os tokens do Poolin acompanham o desempenho computacional dos dois maiores blockchains do mundo e garantem uma espécie de dividendo a quem investir em seus ativos (Imagem: Reuters/Dado Ruvic/Illustration)

Um pool de mineração de criptomoedas é um grupo que combina seus recursos computacionais para transmitir um bloco de transações, garantindo a segurança de uma rede blockchain.

O Poolin, pool chinês de mineração de criptomoedas, retomou os pagamentos para investidores de seus tokens lastreados na taxa de hashes das redes Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).

Taxa de hashes se refere ao poder computacional usado para minerar novos blocos. É uma métrica para medir a competição entre mineradores de uma rede.

Os tokens do Poolin acompanham o desempenho computacional dos dois maiores blockchains do mundo e garantem uma espécie de dividendo a quem investir em seus ativos.

A decisão de retomada dos pagamentos surge em meio à implementação de máquinas para a mineração de criptomoedas após a suspensão de atividades na China.

Em anúncio desta segunda-feira (16), Poolin disse que 18% de suas máquinas de mineração, utilizadas como suporte para pBTC35A, seu token lastreado na taxa de hashes da rede Bitcoin, foram enviadas para fora da China e religadas — cerca de 50 dias após a empresa ter dito que iria suspender os pagamentos de mineração para migrar seus equipamentos devido ao abalo causado pelo governo chinês.

Porém, o processo resultou em preços altíssimos e, de forma geral, reflete os desafios que mineradores chineses de bitcoin podem enfrentar em meio a seu êxodo da China que, um dia, foi o maior núcleo de mineração cripto do mundo.

Por exemplo, quando Poolin apresentou o token pBTC35A — dependente do trabalho de mineradores localizados fora da China —, conseguiu atingir uma taxa de consumo de eletricidade de US$ 0,058 por kilowatt/hora (kWh).

Agora, após a realocação, quem quer que armazene e faça o staking — “bloqueie” o ativo para obter rendimentos a longo prazo — do token recebe um dividendo após a dedução de um custo pelo consumo por eletricidade de US$ 0,08 por kWh, que representa uma margem de lucro de quase 38%.

De forma parcerida, para pETH18C, seu token lastreado na taxa de hashes da rede Ethereum, a taxa de consumo de eletricidade subiu para US$ 0,15 por kWh — o dobro do custo de US$ 0,0750 por kWh quando as máquinas de mineração com placas gráficas (GPUs) ainda estavam na China.

Exceto pelo custos, Poolin disse que os “recorrentes surtos da COVID-19 impactaram tanto as logísticas nacionais como as internacionais”, além de exacerbar a dificuldade ao migrar uma quantia significativa de hardware:

A carga/descarga frequente, múltiplas paradas e transporte a longa distância causaram danos a algumas máquinas de mineração (mais de 20% dos mineradores precisaram realizar consertos, de acordo com os status atuais) e o aumento na reestruturação e no armazenamento de máquinas de mineração intensificaram drasticamente a sobrecarga de operações locais e de equipes de manutenção.

Poolin disse que o hardware de mineração que lastreia os tokens de taxa de hashes foi enviado a diversas partes do mundo enquanto seu fundador e seus diretores seniores estão tentando fechar acordos com unidades de mineração e empresas de energia nos EUA.

No total, existem 214.601 mil tokens pBTC35A em circulação, equivalentes a 214.601 terahashes por segundo (TH/s). Até agora, Poolin retomou o equivalente a 39,9 mil TH/s. Recuperou a taxa de máquinas on-line em 25% para mineradores de ether que apoiam seu token pETH18c.

Poolin espera que essas taxas de equipamentos implementados dupliquem nas próximas duas a três semanas e continue subindo conforme termina de realocar o hardware.

A suspensão da China em relação ao setor de mineração cripto não apenas abalou a dominância da taxa de hashes no país, como também resultou em uma correção da participação de mercado entre pools de mineração.