Internacional

Política monetária do BCE não deve permanecer restritiva por muito tempo, diz economista-chefe

25 nov 2024, 9:10 - atualizado em 25 nov 2024, 9:10
BCE, Philip Lane
Lane também pareceu moderar as expectativas, alertando que a inflação ainda não voltou ao nível desejado pelo BCE. (Imagem: REUTERS/Gary He)

Ainda há algum caminho a ser percorrido até que a inflação da zona do euro volte de forma sustentável a 2%, mas a política monetária do Banco Central Europeu não deve permanecer restritiva por muito tempo ou o aumento dos preços poderá ficar abaixo da meta, disse Philip Lane, economista-chefe do banco, em uma entrevista.

A inflação da zona do euro caiu rapidamente nos últimos meses, e as autoridades estão agora debatendo quando poderão declarar vitória e se o ritmo atual de cortes nos juros ainda é apropriado.

“A política monetária não deve permanecer restritiva por muito tempo”, disse Lane ao jornal francês Les Echos desta segunda-feira. “Caso contrário, a economia não crescerá o suficiente e a inflação, acredito, ficará abaixo da meta.”

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O BCE já cortou os juros três vezes este ano, mas os investidores agora veem uma chance de 50% de que o corte seja de 50 pontos-base em 12 de dezembro, em vez dos 25 pontos habituais, devido à fraqueza do crescimento e ao aumento dos riscos de recessão.

Entretanto, Lane também pareceu moderar as expectativas, alertando que a inflação ainda não voltou ao nível desejado pelo BCE porque os preços dos serviços estão muito elevados e a maior parte da queda recente se deveu à moderação dos custos de energia.

Assim, o BCE precisa ver algum reequilíbrio na composição do aumento dos preços, com uma queda na inflação de serviços, para que ainda possa atingir sua meta de 2%, mesmo que os preços de energia, alimentos e mercadorias sofram pressão de alta.

“Ainda há uma certa distância a ser percorrida em termos de ajustes para que a inflação retorne ao nível desejado de forma mais sustentável”, disse Lane.

Os dados de novembro, que serão divulgados nesta semana, devem mostrar que a inflação da zona do euro está acelerando de 2,0% para 2,4%. Ela poderá aumentar ainda mais no final do ano, antes de voltar a cair para 2% em meados de 2025, segundo economistas.

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