Política do Fed pode seguir visão de inflação no longo prazo
Jerome Powell não está “nem pensando em pensar sobre” aumentar as taxas de juros, mas investidores ainda se perguntam o que seria necessário para o presidente do Federal Reserve começar a tirar o pé do acelerador.
Membros do Fed deram algumas boas pistas sobre a resposta a essa pergunta na semana passada.
A ata da reunião de 9 e 10 de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto divulgada em 1º de julho mostrou “vários” membros do Fed a favor de vincular movimentos futuros de taxas de juros e compras de ativos à inflação.
Até sugeriram que esperariam até que a inflação ultrapassasse a meta de 2% do Fed antes de fazer mudanças significativas.
Isso surpreendeu alguns observadores do Fed, mas talvez não devesse.
Pouco antes da pandemia de Covid-19, as autoridades iniciavam uma revisão ampliada da estrutura de políticas que já apontava para uma grande mudança na maneira como o Fed interpreta seu mandato de estabilidade de preços.
Acima da meta
Há muito tempo criticados por superestimar a trajetória da inflação – que seguiu continuamente abaixo das expectativas -, vários membros do FOMC haviam decidido empurrá-la pelo menos modestamente acima da meta.
Que as lições da revisão da estrutura – enraizadas profundamente em ideias fundamentais sobre como a economia mudou ao longo de décadas – se uniriam à tomada de decisão mensal do FOMC provavelmente era inevitável. Mas não se sabia quando e como isso poderia acontecer.
A última ata deixa claro que esses dois rios deverão fluir juntos nos próximos meses, enquanto autoridades estabelecem diretrizes para futuras políticas.
“Se você diz que adotará essa nova estrutura, o que você faz para mostrar às pessoas que isso significa alguma coisa?”, disse Michael Feroli, economista-chefe para EUA do JPMorgan Chase. “Esta é uma maneira de dar suporte.”
“Era mais do que tolerar a inflação acima da meta, era ativamente estabelecer políticas para alcançar resultados superiores à meta por um período”, disse Michael Gapen, economista-chefe dos EUA no Barclays Capital.