Política de preços é o maior risco da Petrobras no momento, diz UBS
A avaliação do UBS sobre a Petrobras (PETR4) tem se mantido positiva ao longo dos últimos anos. A companhia se destacou pela forte geração de caixa e pela adoção de um projeto de desinvestimento agressivo para transformar dívida em capital. Mas, com a crise no mercado de petróleo, questões já vistas antes voltaram a ameaçar os planos da empresa.
Para o UBS, o maior risco do momento é a política de preços. Em um período de grandes quedas da gasolina e do diesel, a Petrobras teve que seguir a variação dos combustíveis para evitar uma competição de volumes importados.
“A Petrobras repassou quase todos os movimentos de preço para as refinarias domésticas, mas os valores da bomba não caíram, dado que companhias de distribuição de combustível e revendedores absorveram o menor custo de matéria-prima em suas margens”, destacaram Luiz Carvalho e Gabriel Barra.
Com a reviravolta do mercado de combustíveis no último mês, a companhia voltou a seguir o movimento de preços, tendo elevado em 12% na semana passada a gasolina vendida às distribuidoras e gerado questionamentos por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Bolsonaro salientou que não estava interferindo na companhia, apenas defendendo o seu direito de entender a decisão adotada pela estatal. Mesmo assim, Carvalho e Barra acreditam que os comentários do governo sobre a política de preços da Petrobras poderia aumentar a percepção de risco dos investidores.
Nesta quarta-feira (13), a companhia anunciou o aumento do preço médio da gasolina em 10% nas refinarias.
No geral, o UBS acredita que a administração da empresa tem feito um ótimo trabalho para manter os preços domésticos de combustível alinhados com a paridade internacional. Ainda assim, fez ressalvas: “Considerando uma base de preços maiores, a possibilidade de aumentos adicionais da gasolina e do diesel e a depreciação da moeda podem levar a valores maiores na bomba se as distribuidoras não reduzirem as margens unitárias no momento”.
Isso pode pesar nos bolsos dos consumidores, agravando ainda mais o cenário econômico desafiador.
O banco segue otimista com a Petrobras, levando em consideração um ambiente mais benigno para os preços de petróleo no longo prazo. A recomendação para a ação é de compra, com preço-alvo em 12 meses de R$ 21.