Justiça

Polícia Federal prende Alexandre Baldy em operação que apura desvios na Saúde

06 ago 2020, 9:50 - atualizado em 06 ago 2020, 10:13
Não foi possível falar imediatamente com um representante de Baldy (Divulgação/Facebook)

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, que também é ex-ministro das Cidades e ex-deputado federal por Goiás, no âmbito de uma operação que investiga suposto pagamento de vantagens indevidas na negociação de contratos na saúde, informaram três fontes com conhecimento das investigações.

Segundo notas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal do Rio de Janeiro determinou o cumprimento de seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão na operação batizada de Dardanários, que tem como alvos empresários, agentes públicos e intermediários. A PF e o MPF não citaram o nome de Baldy.

O Ministério Público Federal disse, em nota, que um dos alvos é um ex-deputado federal e ex-ministro, e três fontes confirmaram à Reuters se tratar de Baldy, que além de deputado foi ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer.

Não foi possível falar imediatamente com um representante de Baldy.

A Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo não respondeu de imediato a pedidos de comentários.

A operação desta quinta é desdobramento das operações Calicute, Fatura Exposta e SOS. Os mandados foram cumpridos no Rio, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Petropolis (RJ), Goiânia e Brasília. Ao menos três mandados de prisão haviam sido cumpridos no início desta manhã.

Segundo as investigações, baseadas na delação premiada de ex-diretores da organização social Pró-Saúde, os alvos fariam parte de um esquema de contratações e licitações direcionadas para favorecer empresas e empresários.

“A operação tem finalidade de desarticular conluio entre empresários e agentes públicos, que tinham por finalidade contratações dirigidas, especialmente na área da saúde”, disse a PF em nota.

Também em comunicado, o MPF disse que a operação, autorizada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pelos processos da operação Lava Jato no Estado, apontou o suposto pagamento de vantagens para que agentes públicos intercedessem em favor de uma organização social em relação aos pagamentos do contrato de gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste, em Goiânia, administrado pela Pró-Saúde de 2010 a 2017.

“Para possibilitar o pagamento de valores não contabilizados, os gestores da OS à época instituíram esquema de geração de ‘caixa 2’ na sede da Pró-Saúde, com o superfaturamento de contratos, custeados, em grande parte, pelos repasses feitos pelo Estado do Rio de Janeiro, os quais constituíam cerca de 50% do faturamento nacional da organização social (que saltou de aproximadamente 750 milhões de reais em 2013, passando por 1 bilhão de reais em 2014 e chegando a 1,5 bilhão de reais em 2015)”, disse o MPF.

Procurada, a Pró-Saúde não respondeu de imediatos a pedido de comentário.

Os presos são investigados pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e após procedimentos de praxe, serão encaminhados ao sistema prisional, disse a Polícia Federal.

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