Segurança

Polícia Federal prende acusados de aplicar golpe em beneficiários do coronavoucher

20 maio 2020, 14:49 - atualizado em 20 maio 2020, 14:55
Polícia Federal
De acordo com o delegado, a dupla instalava dispositivos eletrônicos nos terminais de autoatendimento de agências bancárias (Imagem: Flickr/ Polícia Federal/

Policiais federais prenderam, no Espírito Santo, dois homens acusados de clonar cartões magnéticos de beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família e que estão recebendo o auxílio emergencial de R$ 600, conhecido como coronavoucher, criado para minimizar os efeitos econômicos e sociais da pandemia da covid-19.

Os dois homens foram detidos em flagrante, na noite desta terça-feira (19), em Vila Velha.

Segundo o delegado federal Leonardo Rabello, chefe da delegacia de Combate aos Crimes Fazendários, investigadores do Serviço de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF) chegaram aos acusados após a Caixa fornecer a relação das agências bancárias estaduais com o maior número de contestações de saques indevidos do auxílio emergencial.

De acordo com o delegado, a dupla instalava dispositivos eletrônicos nos terminais de autoatendimento de agências bancárias e, assim, conseguia clonar os cartões de benefícios sociais e filmar o momento em que as vítimas digitavam suas senhas de segurança.

Quando foram flagrados, os dois homens carregavam parte dos aparelhos usados no golpe. De acordo com a PF, eles tinham acabado de atuar em agências da Caixa nos bairros do Ibes, em Vila Velha, e Jucutuquara, em Vitória, distante cerca de 11 quilômetros.

Quando foram flagrados, os dois homens carregavam parte dos aparelhos usados no golpe. De acordo com a PF, eles tinham acabado de atuar em agências da Caixa nos bairros Ibes, em Vila Velha, e Jucutuquara, em Vitória, distante cerca de 11 quilômetros.

Segundo o delegado federal, o fato de os cartões magnéticos distribuídos aos beneficiários de programas sociais não conterem chips de segurança facilitou a ação dos criminosos.

A PF estima que a dupla já havia desviado R$ 110 mil. E investiga se o crime está ocorrendo também em outros estados.

Segundo o delegado federal, o fato de os cartões magnéticos distribuídos aos beneficiários de programas sociais não conterem chips de segurança facilitou a ação dos criminosos (Imagem: Flickr/Polícia Federal)

“É o conhecido [golpe do] chupa-cabra. Que era muito usado no passado, mas que diminuiu consideravelmente em função do trabalho de segurança dos bancos, cujos cartões agora contém chips magnéticos”, disse Rabello, enfatizando que o pagamento de benefícios sociais por intermédio do uso de cartões sem chip “gera uma janela de oportunidade para grupos criminosos atuarem”.

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Criminosos têm antecedentes

Os dois homens presos ontem já são conhecidos por aplicar este tipo de golpe. Um deles tem dois mandados de prisão em aberto por fraudes bancárias com o uso de chupa-cabra em outros estados. O outro já cumpriu pena de prisão pelo mesmo motivo.

“São pessoas treinadas e que têm uma técnica para instalar esses dispositivos. Pessoas que já tinham fraudado agências bancárias e que agem de forma sorrateira, dificultando a vigilância das próprias agências”, acrescentou o delegado, revelando, ainda, que a Polícia Federal continua apurando o possível envolvimento de outras pessoas no golpe.

Os investigados responderão pelo crime de furto mediante fraude, cuja pena varia de dois a oito anos de prisão.

Procurada pela Agência Brasil, a Caixa não se manifestou.