Rio de Janeiro

Polícia do Rio identifica suspeito do ataque à Porta dos Fundos

31 dez 2019, 19:53 - atualizado em 31 dez 2019, 19:53
Ataque
Armas, dinheiro e livros apreendidos em operação da polícia contra suspeito de ataque contra a produtora Porta dos Fundos (Imagem: Cristina Índio do Brasil/Agência Brasil)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um dos cinco homens suspeitos de participarem do ataque, na véspera do Natal, à produtora Porta dos Fundos, no Humaitá, zona sul do Rio, com bombas caseiras. Na manhã de hoje (31), a polícia civil realizou uma operação para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão referentes ao suspeito, que não foi encontrado e é considerado foragido.

O delegado Marco Aurélio de Paula Ribeiro, titular da 10ª Delegacia de Polícia (Botafogo), responsável pelas investigações, disse que existe a possibilidade de que o suspeito seja o integrante principal do grupo, sendo o organizador do atentado.

Segundo o delegado, o suspeito tem um perfil violento. “Ele tem livros ligados à religião cristã, ao islamismo, esses dados foram obtidos hoje durante a busca e apreensão. Ele é empresário, classe média alta. Esse é o perfil traçado nas diligências a partir de hoje. Essa investigação está só no seu início. Devemos identificar os demais [acusados] que praticaram os atos no dia dos fatos”, disse o delegado.

O suspeito tem outras acusações por agressão e ameaças, inclusive uma pela Lei Maria da Penha e a situação dele, segundo o delegado, se agrava por ter antecedentes criminais. “[Se] agrava porque se ele está respondendo processo em liberdade e comete outros delitos, provavelmente, e isso é uma decisão da Justiça, se irá prorrogar a liberdade provisória ou se decreta a sua prisão novamente nesse processo”, disse.

Operação

Durante a operação, policiais estiveram em um endereço residencial na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio; em dois comerciais na Praça Mauá, no Centro, sendo que um deles também era identificado como residencial; e em outro no Engenho Novo, na zona norte. Nesse último endereço funciona um posto de combustíveis, que já não pertence mais ao acusado.

Na Barra, os agentes encontraram R$ 119 mil, dois simulacros de armas de fogo, facões, munição, camisa de entidade filosófica e política e computadores. O delegado disse que nenhuma linha de investigação está sendo descartada, inclusive de ligação com a Frente Integralista Brasileira.

“Todas as hipóteses, todas as linhas investigatórias serão abordadas, mas como a investigação está no seu início, focamos no local do delito e na identificação dessas pessoas”, disse, acrescentando que ao longo das investigações será apurado se existe ligação do grupo com alguma entidade.

Durante a operação, como o suspeito não foi encontrado, o delegado disse que ele é considerado foragido, mas ainda não é o caso de inclusão do nome dele na lista vermelha da Interpol. “Estamos à procura do investigado, as provas foram produzidas, a prisão foi decretada pela Justiça baseada nas provas que obtivemos e as diligências continuam no intuito de localizá-lo. Nos endereços que ele declara como de residência, não foi encontrado”, disse.

Segundo o delegado, ainda não foi possível identificar o motivo do ataque à produtora Porta do Fundos, porque o suspeito não foi encontrado. Ribeiro informou que a prisão temporária decretada contra o suspeito tem prazo de 30 dias, mas pode ser renovada por igual período. O prazo do inquérito também é de 30 dias que se completam no dia 26 de janeiro e pode ser renovado.

Identificação

Conforme as investigações, o suspeito fugiu do local vestindo uma toca ninja, mas logo depois foi visto sem ela na Rua Martins Ferreira, em Botafogo, próximo à produtora. Foi isso que permitiu à Polícia fazer a sua identificação nas imagens de câmeras da via. Elas permitiram ainda que os agentes percebessem que o suspeito jogou no chão um pedaço da fita adesiva usada para encobrir a placa do Eco Sport usado na ação em frente a produtora, junto com uma motocicleta.

“Durante a fuga, nós monitoramos toda a chegada e a fuga dos veículos utilizados no cometimento do delito. No momento do ato eles estavam encapuzados e não era possível através da imagem identificá-los, mas durante a fuga o [suspeito] sai de um dos veículos, continua a sua fuga por um trecho a pé. Nesse momento ele não está encapuzado. Conseguimos monitorar todo o trajeto até entrar em um táxi e fugir. Todo esse trecho conseguimos identificar o rosto, a fisionomia e conseguimos identificar o taxista que fez essa corrida”, disse o delegado.

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