Poço sem fundo? Recessão em 2017 já é realidade para economistas
Os economistas continuam a revisar para pior as perspectivas para a economia no ano que vem. O relatório Focus do Banco Central revelou hoje a oitava queda consecutiva nas estimativas para o PIB para 2017 e que agora chegam, na média, a 0,7%.
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As causas do pessimismo crescente são as crescentes turbulências no cenário político e, além disso, o ritmo muito menor do crescimento no terceiro trimestre. O sinal de alerta veio da aguda retração de 11,9% (comparação anual) nos investimentos após um lampejo otimista no segundo trimestre.
“Isso elevou a incerteza sobre se a correção no rumo fiscal e a resultante melhora na confiança podem não se transformar uma recuperação de curto prazo para o investimento”, aponta o economista do Societé Générale para a América Latina, Dev Ashish.
Para ele, a forte queda da produção industrial em outubro significa que a economia provavelmente não irá crescer no quarto trimestre apesar da melhora nos números do da balança comercial em novembro.
Recessão
Nem mesmo a forte queda do PIB neste ano (-3,48%, segundo o Focus) tem garantido a expectativa de um 2017 no campo positivo. O Banco Safra, por exemplo, que projeta um crescimento e 0,5% já admite a possibilidade de um número mais próximo de zero.
A 4E Consultoria vai além e põe na conta mais um ano de recessão.
“Este ano deve fechar com retração do PIB de 3,6%, deixando um efeito estatístico negativo para 2017 estimado em -0,75 ponto de porcentagem. Assim, mesmo com recuperação na margem ao longo de 2017, o PIB deve mostrar um comportamento próximo da estabilidade (projetamos nova queda, agora de 0,2%)”, mostra um relatório assinado pelo economista-chefe, Juan Jensen.
A consultoria projeta o dólar a R$ 3,95 no final de 2017. “Prospectivamente, seguimos avaliando que quando resolvermos os atuais problemas políticos e tivermos um choque na confiança, a economia brasileira deve responder relativamente rápido. Mas isso se mantém para 2019 em diante, na presença de um novo governo eleito democraticamente”, afirma Jensen.