Economia

PMEs esperam faturar 50% da receita anual com calendário inédito de varejo

31 out 2022, 9:03 - atualizado em 31 out 2022, 9:03
PMEs
A temporada é uma boa oportunidade para os pequenos negócios investirem nas vendas e na conquista de clientes, com especial atenção aos recursos disponíveis nas redes sociais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O final deste ano traz um cenário peculiar para o varejo com Black Friday, Copa do Mundo e Cyber Monday em novembro, além de Natal em dezembro e, em seguida, ano-novo.

A temporada é uma boa oportunidade para os pequenos negócios investirem nas vendas e na conquista de clientes, com especial atenção aos recursos disponíveis nas redes sociais.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima R$ 1,48 bilhão em vendas relacionadas somente ao campeonato de futebol. O valor é 7,9% acima do registrado na competição de 2018 (R$ 1,37 bilhões).

O estudo Holiday Season, encomendado pela Meta e realizado pela Toluna em agosto de 2022, mostra que os consumidores terão preferências específicas.

Enquanto o evento esportivo, o Natal e o ano-novo podem ter mais buscas por vestuário e alimentação, Black Friday e Cyber Monday tendem a ser melhores para eletrônicos.

Dos mil brasileiros entrevistados, 83% planejam alguma comemoração nessa grande temporada e 65% pretendem antecipar as compras natalinas. Identificar esse cenário permite que os empreendedores também se planejem com antecedência.

“Nem todo mundo tem um planejamento de marketing e verba alocada por trimestre. Cada evento é uma oportunidade de captar essa audiência que está consumindo conteúdo nas redes sociais. São clientes que têm de ser aproveitados para gerar vendas”, avalia Carolina Piber, diretora de negócios da Meta para pequenas empresas na América Latina.

Outra pesquisa global feita pela companhia em julho com pequenos e médios empreendimentos indica que 29% das empresas brasileiras esperam faturar mais da metade da receita anual no último trimestre do ano. Para a executiva, 2022 traz um ambiente ainda mais positivo, porque é o primeiro desde o início da pandemia com abertura total do comércio físico e canal online mais sofisticado. “Estamos com muito otimismo.”

Nesse levantamento, 50% das PMEs tiveram vendas maiores nos 30 dias anteriores do que no mesmo período do ano passado. Por outro lado, a pandemia impactou os negócios: 20% tiveram de reduzir a força de trabalho nos seis meses anteriores e, no mesmo período, 57% dizem ter aumentado os preços dos produtos e serviços em mais de 20%.

Carolina diz que, embora o panorama seja desafiador, as pequenas empresas conseguiram mais eficiência de gerar demanda, elevar receita e girar a economia. Para atravessar esse momento, vale otimizar o orçamento, usar as ferramentas de análise das plataformas para entender onde o dinheiro dá mais retorno e fazer testes.

Investimento em redes 

O estudo Holiday Season sugere que investir nas redes sociais para vender é uma importante estratégia: 64% dos brasileiros afirmam que já encomendaram produtos e serviços pelo WhatsApp e 60% já compraram após ver um anúncio personalizado no Facebook ou no Instagram. As plataformas também ajudaram os consumidores a encontrar e decidir por uma compra.

Além de ser o mais assertivo possível com a audiência que deseja alcançar, o empreendedor pode investir em formatos que vêm crescendo, como vídeos em reels e stories.

Carolina reforça a abordagem eficiente das mensagens de texto. “Hoje, temos empresas em que o serviço ocorre 100% no WhatsApp, desde a descoberta do produto, a conversa prévia até a venda e pós-venda. Ter comunicação direta é crítico.”

Interação 

Desde que começou a empreender com a Quituteria Culinária Artesanal, em 2017, a designer Daniella Antunes sabia que precisava investir nas redes sociais do negócio. O empreendimento foi lançado com site e Instagram, sendo que este era usado para vender e divulgar os eventos dos quais ela participava com as granolas que produz.

Com o tempo, ela integrou o WhatsApp à jornada de venda, mas administrar a crescente demanda, principalmente na pandemia, fez com que ela investisse mais no site, onde as pessoas poderiam finalizar as compras sozinhas. Mas as redes não ficaram de lado. “Eu faço as fotos, faço vídeos com uma produtora e quando comecei com os vídeos, teve um boom no Instagram”, comenta a empreendedora.

O número de interações, seguidores e vendas aumentou, e Daniella fidelizou mais clientes. Além disso, com esse recurso, ela afirma ter conseguido apresentar melhor o produto dela, que costuma ser segmentado. Com a personagem Quitéria, interpretada por ela, os conteúdos ensinam receitas e mostram como usar o alimento em todas as refeições.

A empreendedora conta que apostar nos stories é um trunfo importante para o negócio. “Às vezes, fico sem aparecer, mas quando me mostro, as vendas entram.”

Para ela, criatividade, anúncios segmentados, enquetes e, no caso dela, ter produtos temáticos para o fim do ano são uma boa forma de atingir novas pessoas e produzir conteúdo de qualidade.

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