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Plástico deve ficar mais caro com furacão na Costa do Golfo

29 ago 2021, 9:00 - atualizado em 27 ago 2021, 14:42
Exxon
Fábricas de químicos pertencentes à Exxon Mobil, Dow e outras ficam na área mais vulnerável ao furacão, colocando sob ameaça a oferta de polímeros usados em milhares de produtos (Imagem: REUTERS/Loren Elliott)

Já em níveis recordes, os preços dos plásticos devem avançar ainda mais com a tempestade que, segundo previsões, se transformará em um grande furacão na Costa do Golfo dos EUA, que produz quase 20% do etileno mundial.

A tempestade tropical Ida está ganhando força e deve chegar ao estado de Louisiana na tarde de domingo com ventos de 185 km/h.

Fábricas de químicos pertencentes à Exxon Mobil, Dow e outras ficam na área mais vulnerável ao furacão, colocando sob ameaça a oferta de polímeros usados em milhares de produtos, como embalagens de xampu e tubos para encanamentos.

Contratos de polipropileno, polietileno de alta densidade e PVC na Costa do Golfo já são negociados nos maiores patamares em registro após o clima congelante em fevereiro, enquanto a demanda por bens de consumo segue forte.

A tonelada do polipropileno — usado em móveis, produtos de limpeza, carpetes e outros produtos — pode saltar quase 45% para US$ 4.000 se boa parte da capacidade produtiva ficar paralisada por mais de três semanas, calcula Jeremy Pafford, responsável por desenvolvimento de mercado na América do Norte para a provedora de dados ICIS.

“Interrupções de longo prazo induzidas pelo clima tropical podem alimentar aumentos estratosféricos nos preços, que vão onerar cadeias de suprimentos e consumidores”, disse Pafford. “Como a maior parte da capacidade de produção de commodities do segmento de resina plástica nos EUA se localiza no litoral do Texas e da Louisiana, um episódio devastador pode causar meses de escassez de polietileno, polipropileno e/ou poliestireno.”

O hub petroquímico dos EUA passou boa parte de 2021 tentando se recuperar de paralisações prolongadas decorrentes da tempestade de fevereiro.

A restrição de oferta foi agravada pelo aumento da demanda por manufaturados e embalagens. As limitações no transporte marítimo global também prejudicaram as cadeias de suprimentos de produtos químicos, impulsionando os preços.