Plantio de soja avança a 26% das áreas no Paraná, mas chuva limita trabalhos, diz Deral
O plantio de soja 2022/23 alcançou 26% das áreas no Paraná, avanço de 11 pontos percentuais em uma semana, mas que poderia ter sido maior, não fosse a ocorrência de chuvas excessivas em algumas regiões produtoras, disse o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira.
No milho, a semeadura da primeira safra passou de 67% para 75% das áreas, igualmente afetada pelas precipitações.
“Nos últimos dias, podemos dizer que houve excesso de chuva em algumas regiões do Estado e isso impactou o planejamento de plantio dos produtores”, afirmou à Reuters o analista do Deral Edmar Gervásio.
Contudo, ele acredita que as lavouras já plantadas não devem sofrer impactos significativos, “salvo na hipótese de uma continuidade desse volume de chuvas, o que não deve acontecer”.
O meteorologista do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), Fernando Mendonça Mendes, alertou, no entanto, que o clima continua instável no Paraná, com chuvas principalmente entre o oeste e o centro-sul.
“Nota-se o comportamento significativo de áreas de chuva a partir do oeste do Estado. Alguns postos registraram acumulados próximos de 50% em relação à média mensal, como no caso de Pato Branco, com aproximadamente 110 mm entre ontem e hoje, para uma média de 225 mm/mês”, disse ele em boletim nesta terça-feira.
Apesar do cenário, o analista do Deral afirmou que não há relatos de replantio até o momento.
O departamento ligado ao governo estadual reduziu em um ponto percentual a avaliação de qualidade da safra de soja, na variação semanal, que passou a ser considerada 98% boa, com 2% das lavouras em condição média.
Para o milho verão, as áreas boas caíram de 93% para 91%, enquanto as médias aumentaram de 7% para 9%, segundo o Deral.
Trigo
No caso do trigo, a colheita registrou avanço de 8 pontos percentuais na última semana, para 50% das áreas.
Os trabalhos de retirada do cereal de inverno dos campos já vinham sendo impactados pela ocorrência de chuvas no Estado e agora o Deral sinalizou perda de qualidade para as lavouras.
As áreas avaliadas como boas recuaram de 73% para 69%, as médias passaram de 23% para 24%, enquanto as ruins aumentaram de 4% para 7%.