Planos de saúde: Portabilidade é alternativa ao consumidor, dizem especialistas
Diante da possibilidade de um reajuste nas taxas dos planos de saúde, especialistas em finanças pessoais relembram que qualquer consumidor pode fazer a portabilidade do seu plano para manter o atendimento. Mas reiteram que é improvável que haja um aumento significativo nas taxas dos serviços.
A mudança pode ser para um outro plano de uma mesma operadora ou para uma operadora diferente. Isso “sem necessidade de cumprir novos períodos de carência ou de cobertura parcial temporária exigíveis e já cumpridos no plano de origem”, explica Fabio Louzada, analista CNPI e fundador da escola Eu me banco.
Segundo a Anab (Associação Nacional de Administradoras de Benefícios), 83% dos brasileiros valorizam ou desejam ter planos de saúde – esse também é o percentual de beneficiários de planos de saúde com medo de perder o benefício, conforme pesquisa realizada entre março e abril deste ano.
Em 2021, o benefício foi considerado a terceira maior conquista dos brasileiros, na faixa etária acima de 50 anos. O benefício só perde para a casa própria em importância. Além disso, 47% dos beneficiários precisaram ajustar o orçamento no último ano para não perder o benefício, ainda segundo o estudo.
Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Anab, explica que para conseguir fazer a portabilidade do serviço, é preciso atender a alguns pré-requisitos. Entre eles estão:
- Ter um plano de saúde contratado a partir de 01/01/1999 ou adaptado à Lei dos Planos de Saúde;
- Estar com o contrato ativo;
- Estar em dia com as mensalidades;
- Ter cumprido o prazo mínimo de permanência no plano
Outras soluções
No último mês, a ANS alterou o teto para reajuste dos preços de planos de saúde individuais, a 15,5% em 2022 até abril de 2023.
Fabio Louzada, avalia que o preço do plano de saúde subindo poderá comprometer ainda mais o orçamento das famílias. “A média salarial da população não subiu, enquanto a inflação segue em alta, comprometendo o orçamento, e o plano de saúde agora irá impactar também”, lembra.
Além da portabilidade do serviço, o analista ressalta a importância do SUS (Sistema Único de Saúde) para tratamentos médicos, e da reserva de emergência, para estar preparado no caso de algum imprevisto.
Sem pânico
Além das medidas para evitar uma sobrecarga de preço para o consumidor final, é importante lembrar que as empresas com participação no mercado de convênios médicos seguem limitadas ao novo teto de reajustes da agência.
Um valor que acumula dois reajustes, já que em 2021 o valor definido foi negativo, um limite de redução de até 8% no valor dos planos.
A possibilidade e aumento nas taxas, contudo, não vai necessariamente se reverter em um reajuste real, já que cada empresa fará a sua avaliação de custos.
“As empresas podem perceber um aumento da sinistralidade e sofrer com a redução do número de vidas atendidas”, explica Alexandre Sgarbi, líder da indústria de Health da Peers Consulting.
Segundo Sgarbi, é preciso primeiro entender como as empresas vão reagir, porque um aumento de preço não necessariamente representa um aumento na receita.
Além disso, em um contexto de pressão inflacionária, o aumento de usuários frequentes do SUS (Sistema Único de Saúde) é uma possibilidade no setor de saúde. Enquanto isso, Gustavo Pazos, analista da Warren, concorda que será possível perceber uma “troca de cadeiras”.
“O cliente vai para onde as taxas estão mais baixas, então cabe a cada empresa precificar o valor do plano individual para calcular se aumentar irá, necessariamente, se converter em um aumento na receita”, explica.
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