Plano Safra terá mais recursos e menos juros
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a entrada em vigor do novo Plano Safra. O dinheiro do financiamento pode ser acessado a partir de hoje (1º de julho) até 30 de junho de 2021.
O volume de recursos disponíveis é de R$ 236,3 bilhões – R$ 13,5 bilhões (6%) acima do financiamento entre 2019 e 2020.
Do volume total de recursos, o governo prevê que o Plano Safra financiará até R$ 179,38 bilhões para custeio na lavoura, comercialização e industrialização e R$ 56,92 bilhões para investimentos – por exemplo, para a renovação de frota de uso na colheita e aumento de capacidade de armazenagem.
De acordo com o ministério, o volume do financiamento “contribuirá para garantir a continuidade da produção no campo e o abastecimento de alimentos no país durante e após a pandemia do novo coronavírus.”
Banco do Brasil
O Banco do Brasil, principal agente financeiro do Plano Safra, vai destinar R$ 103 bilhões para a agricultura – 11% além do ofertado no período 2019-2020. Segundo o BB, todas as linhas de financiamento, de custeio ou de investimentos, tiveram redução das taxas de juros.
O custo do crédito para produtores rurais inscritos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) vai variar de 2,75% a 4% ao ano para custeio e comercialização.
No Plano Safra do período anterior, a variação era de 3% a 4,6% ao ano.
Houve redução dos juros também para produtores rurais assistidos pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), de 6% para 5% ao ano.
Para grandes produtores, a redução da taxa de juros no Banco do Brasil foi maior, em dois pontos percentuais: de 8% ao ano será de 6% ao ano.
Para as operações de custeio, o BB vai ofertar R$ 61 bilhões e para investimentos, R$ 17,5 bilhões.
Peso na economia
O financiamento da safra nacional é estratégico para a economia. De acordo com os dados do Ministério da Agricultura, no ano passado, o agronegócio gerou R$ 1,55 trilhão ou 21,4% do Produto Interno Bruto.
Este ano, apesar da pandemia da covid-19, o PIB do setor deve crescer 2,5% em relação a 2019.
A avaliação do ministério é feita a partir da expectativa de bom desempenho e comercialização de lavouras como soja, milho, cana-de-açúcar e café.
De janeiro a maio, as exportações do agronegócio, principalmente de soja (grãos, farelo e óleo) e as carnes (bovina, suína e de aves), geraram US$ 41,9 bilhões – quase a metade do que o Brasil comercializou no período.
Em apresentação para o financiamento do Plano Safra, o Banco do Brasil destacou o ganho de produtividade do agronegócio em 30 anos.
Do início da década de 1990 até a safra 2019-2020, a produção financiada pelo plano cresceu 333% e a área plantada aumentou em 73%.