Plano Safra 23/24: O que muda nas linhas de crédito com queda de 0,50% da Selic?
O corte na taxa básica de juros feito pelo Banco Central (BC) no início de agosto resulta em descontos nas linhas de crédito do Plano Safra 2023/2024, após a Selic passar de 13,75% para 13,25%.
De acordo com o Banco do Brasil (BBAS3), as operações da carteira de crédito agro da operam entre controladas (captação de recursos financeiros com direcionamento definido) e livres, desprendidos da decisão do banco para destinação.
Dessa forma, o ajuste na Selic ocorrido tem influência nos preços e provocará uma redução no juro pago por quem recebe o empréstimo.
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Assim, o ajuste depende da taxa pactuada com cada cliente, considerando o perfil pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ), segmento de atuação e relacionamento com o banco.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, ressalta que a trajetória de queda da Selic quebra o ciclo de alta da taxa básica de juros no país, iniciado em março de 2021, e promove movimentos ainda mais consistentes para a retomada do crescimento.
Visão da Febraban para queda da Selic e Plano Safra
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a taxa Selic é uma das variáveis que influencia as taxas de juros praticadas com os clientes, sejam estas pessoas físicas ou jurídicas.
Por outro lado, outras variáveis importantes como inadimplência, custo de observância e custos de processamento também exercem influência direta na taxa das operações de crédito.
Para as operações de crédito sem direcionamento, ou seja, que contam com recursos oriundos das instituições financeiras, um ciclo de queda pode reduzir as taxas das operações aos clientes.
Isso acontece porque as taxas de juros futuras, que representam o principal custo de captação dos bancos, são referenciadas por fatores que levam ao aumento ou corte da taxa Selic, entre eles: inflação controlada, políticas públicas definidas e alinhadas com crescimento da economia.
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Por fim, as mudanças no crédito rural, sob o ponto de vista regulatório, são refletidas nas normas divulgadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e BC no início do ano safra.
Entre as principais diferenças, podemos citar o aumento no limite de renda bruta anual de produtores de médio porte (Pronamp), de R$ 2,4 milhões para R$ 3 milhões. Já para as modalidades de investimento, passa de R$ 430 mil para R$ 600 mil.
O Agro Times pediu uma posição do Bradesco e do Itaú sobre o tema, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para posicionamento.