Plano Safra 2021/22 eleva recursos a R$ 251 bi; juros também sobem
O Plano Safra 2021/22 ofertará 251,2 bilhões de reais para financiamentos da agricultura brasileira na próxima temporada, aumento de 6,3% ante o programa governamental do ciclo anterior, e os juros também subirão na esteira de uma alta na taxa básica Selic.
Com uma forte demanda de produtores por recursos para investimentos, os financiamentos desses aportes aumentarão substancialmente: para 73,45 bilhões de reais, versus 56,92 bilhões em 2020/21, de acordo com dados do Ministério da Agricultura.
Em momento em que os produtores contam com preços de várias commodities agrícolas em máximas históricas que incentivam expansões de área, o plano destinará para custeio e comercialização cerca de 1,6 bilhão de reais a menos na comparação com a safra anterior, com o montante somando 177,78 bilhões de reais.
Para financiar a agricultura familiar (Pronaf), o Plano Safra terá 39,34 bilhões de reais, alta de 19% versus 2020/21.
Mas os juros subirão para todas as categorias, incluindo para pequenos produtores nos programas de custeio e comercialização, que ficarão em uma faixa de 3% a 4,5%, ante 2,75%-4% do programa anterior.
O custeio e comercialização de médio produtor (Pronamp) terá 29,18 bilhões de reais, com juros de 5,5%, alta de 0,5 ponto percentual na comparação anual.
Os demais agricultores, incluindo os maiores, terão taxa de juros de 7,5%, ante 6% no programa passado, após a Selic ter passado de 2,25% nesta mesma época de 2020 para os atuais 4,25%.
Já o programa para financiar máquinas e implementos agrícolas Moderfrota terá juros de 8,5%, alta de 1 ponto ante plano anterior.
Segundo o Ministério da Agricultura, o Tesouro Nacional destinará 13 bilhões de reais para a chamada equalização de juros, que garante melhores condições para pequenos e médios agricultores.
O Plano Safra ainda dobrará recursos para o programa ABC, de agricultura de baixo carbono, a 5,05 bilhões de reais, com três novas possibilidades de financiamento (para aquisição e construção de instalações de unidades de produção de bioinsumos e biofertilizantes na propriedade rural, para uso próprio; projetos de geração de energia renovável; e de geração de energia elétrica a partir de biogás e biometano).
O programa ainda destinará 4,12 bilhões de reais para financiar construção de armazéns, com alta de 84% na comparação anual.