Plano de saúde mais caro: Reajustes dos planos coletivos dobrou em relação aos individuais
Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) limitou em 9,63% o índice de reajuste para os planos de saúde individuais e familiares. No entanto, nos planos coletivos e empresariais, as operadoras têm liberdade para determinar os preços e reajustes – o que pode acabar pesando no bolso.
Segundo um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), no acumulado dos cinco últimos anos, algumas das modalidades dos planos de saúde coletivo registraram aumentos nas mensalidades que chegam a ser quase duas vezes maiores do que os dos planos individuais.
Além disso, quase todas as categorias de planos coletivos tiveram reajustes médios consistentemente superiores aos dos individuais. Vale destacar que mais de 80% do mercado atual de planos de saúde é composto por planos coletivos.
“Com grande disponibilidade, ao contrário da oferta cada vez mais reduzida dos planos individuais, os coletivos dominam o mercado e acabam se tornando uma bomba-relógio que ao longo do tempo vai aumentando a chance de explodir”, afirma a coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete.
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Preços dos planos de saúde
Os dados mostram que, a variação do preço médio de mensalidades de planos de saúde individuais (ambulatorial e/ou hospitalar, contratados em 2017 para a faixa etária de 39 a 44 anos) passou de R$ 522,55 para R$ 707,59 em 2022. Já os coletivos empresariais (grupos com até 29 pessoas — micro e pequenas empresas), saiu de R$ 539,83 para R$ 984,44.
No período, apenas os planos por adesão eram mais em conta que os individuais, com o preço inicial de R$ 485,03. No entanto, com o decorrer do tempo, eles também viram os preços dispararem: em 2022, mensalidades médias de contratos de até 29 pessoas passaram a custar R$ 845,53, e as de contratos maiores, R$ 813,29.
Evolução anual do preço médio de mensalidades de planos de saúde com segmentação ambulatorial e/ou hospitalar, contratados em 2017 para a faixa etária 39-44 anos, a partir da aplicação dos reajustes anuais médios (2017-2022)
Fonte: IdecEnquanto as mensalidades dos planos individuais cresceram 35,41% no período, as de coletivos apresentaram valores bem maiores. No caso dos coletivos empresariais, com 30 vidas ou mais, o aumento foi de 58,94%; coletivos por adesão, com 30 vidas ou mais, a alta foi 67,68%; coletivos por adesão, com até 29 vidas, 74,33%; e coletivos empresariais, com até 29 vidas, 82,36%.
O Idec também calculou que se contratasse um plano de saúde para a mesma faixa etária em 2015, um consumidor de plano individual veria sua mensalidade crescer 74,62% até 2022. No mesmo período analisado, os planos coletivos empresariais com até 29 vidas tiveram um aumento médio de 148%.