Plano de negócios: Petrobras (PETR4) prevê US$ 77 bi em investimentos de exploração e produção; dividendos batem em US$ 45 bi
A Petrobras (PETR4) interrompeu sua negociação nesta segunda-feira (18) e divulgou parte do plano de negócio de 2025 a 2029, que era amplamente aguardado pelo mercado.
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O processo prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões. Trata-se de uma alta de cerca de 9% na comparação com o programa anterior.
Em exploração & produção, a cifra ficou em US$ 77 bilhões, sendo US$ 7,9 bilhões em exploração.
No plano anterior, os valores eram US$ 73 e 7,5 bi, respectivamente.
Proporcionalmente, E&P concentrava 72% dos investimentos do ano passado e passará a representar 69% neste.
Os dividendos ordinários têm faixa que começa em US$ 45 bilhões e flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no período do Plano.
Em comentário, a Ativa recorda que o plano passado considerava dividendos entre US$ 40 bi e US$ 45 bi. Logo houve um aumento da faixa mínima, “o que consideramos positivo”.
Quanto aos extraordinários, parece ter ocorrido uma manutenção do patamar estabelecido no plano passado, que previa pagamentos entre US$ 5 e US$ 10 bi.
Apesar de divulgar os números, a companhia informa que a proposta deverá ser aprovada pelo conselho de administração a ser realizado no dia 21 de novembro.
Após a apresentação no país, executivos da empresa farão um “road show” para apresentar o programa a investidores em Nova York e Londres.
Outros destaques
O plano também prevê produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) e investimentos de cerca de US$ 20 bilhões no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC).
“A Petrobras reforça que a proposta do Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e do Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-29) será submetida à aprovação do CA e, uma vez aprovada, será tempestivamente comunicada ao mercado”.
Segundo a Ativa, a maioria dos pontos são neutros para a tese. De positivo, a corretora elenca a maior expectativa para pagamentos de dividendos regulares.
“Acreditamos ainda que a não ocorrência de nenhuma premissa muito fora do esperado pode favorecer os papéis da empresa”.
Para o Goldman Sachs, embora os investimentos totais previstos no próximo plano estratégico da Petrobras possam ser maiores em relação ao plano de negócios atual, será importante entender a parcela de investimentos alocada em projetos em avaliação no novo plano (em relação aos investimentos em implementação, que são mais certos).
“Reconhecemos que o aumento de US$ 5 bilhões no piso da faixa de dividendos ordinários pode ser um sinal positivo para o mercado (potencialmente implicando em geração de caixa melhor do que a esperada para o próximo ciclo)”.
Expectativas do mercado
Na expectativa pelo Plano de Negócios 2025-2029 e o anúncio de dividendos extraordinários, o Santander realizou uma pesquisa com 30 investidores na semana passada.
De acordo com os dados coletados pelo banco, e divulgados nesta segunda-feira (18), cerca de 90% dos investidores esperavam o pagamento de proventos.
Destes, 40% aguardavam o pagamento de cerca de US$ 3 bilhões a US$ 3,9 bilhões em dividendos extraordinários. Outros 23% dos respondentes esperavam um dividendo extraordinário maior que US$ 4 bilhões para o período entre 2025 e 2029.
“Embora vejamos as expectativas da maioria dos investidores já alinhadas antes do anúncio, acreditamos que US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões em dividendos extraordinários seriam bem-vindos pelo mercado, pois dão mais clareza para a modelagem e o potencial para pagamentos contínuos de dividendos extraordinários”, escreveram os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, em relatório.
Além disso, 57% dos investidores estimavam um teto de dívida bruta acima de US$ 70 bilhões no novo plano e a maioria projetava um caixa mínimo inferior a US$ 7 bilhões pela maioria dos investidores.
Petrobras: Valores ficaram dentro do que já tinha sido apurado
A soma de US$ 110 bilhões ficou dentro do que vinha sendo apurado, conforme noticiado pela Reuters em 30 de outubro.
Uma aposta seguirá sendo a Margem Equatorial, onde a empresa aguarda autorização do Ibama para atuar na Foz do Amazonas, área com elevado potencial petrolífero, segundo a agência.
A área de exploração e produção de petróleo vai ser novamente uma prioridade no novo plano 2025/2029, de acordo com as fontes. “A lógica é a seguinte: toda gota de petróleo importa”, disse uma delas.
A companhia também se prepara para investir no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, para elevar a produção do maior campo do Brasil de volta ao patamar de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) em 2027, conforme disse uma executiva recentemente.
Além disso, há a campanha para Búzios, que deverá se tornar o maior produtor de petróleo do Brasil, superando Tupi, ainda que a produção deste volte a aumentar.
Áreas da Bacia de Campos também deverão receber investimentos para reduzir o declínio natural da produção dos campos.
“A ideia é abrir poços originários, complementares e novos poços”, afirmou. “Na Bacia de Campos, vamos ter mais poços perfurados, e a ideia é que aumente a produção.”
Com Reuters