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Plano de negócios: Petrobras (PETR4) aprova US$ 111 bi em investimentos, com aumento de faixa de dividendos

21 nov 2024, 20:38 - atualizado em 21 nov 2024, 21:00
Petrobras
(Imagem: iStock.com/dabldy)

O conselho da Petrobras (PETR4) bateu o martelo e aprovou o seu plano de negócios para os próximos cinco anos, valido a partir de 2025 até 2029.

O documento era aguardado pelo mercado, visto que havia temor de que a companhia pudesse aumentar os investimentos, ao mesmo tempo em que diminuia os dividendos, o que não se concretizou.

Na última segunda, a companhia já havia publicado uma ‘prévia’ com alguns números após questionamento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) citando matéria da Folha de S. Paulo.

A novidade para este ano é o plano estratégico 2050, que segundo a companhia, propõe refletir sobre o futuro do planeta e como a empresa quer ser reconhecida em 2050.

“O plano estratégico 2050 preserva a visão da Petrobras de ser a melhor empresa diversificada e integrada de energia na geração de valor, construindo um mundo mais sustentável”.

Como visto no documento da segunda, os investimentos totais somaram US$ 111 bilhões. Trata-se de uma alta de cerca de 9% na comparação com o programa anterior.

Desses, US$ 98 bilhões estão na carteira de projetos em implantação e US$ 13 bilhões na carteira de projetos em avaliação, “composta por oportunidades com menor grau de maturidade e sujeitas a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da execução”.

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“A Petrobras possui a vantagem competitiva de ter uma produção de petróleo com baixo custo e uma das menores intensidades de carbono do mundo. Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país”, explicou.

Em exploração & produção, a cifra ficou em US$ 77 bilhões, sendo US$ 7,9 bilhões em exploração. No plano anterior, os valores eram US$ 73 bi e US$ 7,5 bi, respectivamente.

Em seu novo planejamento, a estatal projeta ainda produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) em 2029, volume estável na comparação com o previsto para 2028.

Dividendos da Petrobras e dívida

Os dividendos ordinários têm faixa que começa em US$ 45 bilhões e flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no período do Plano.

Em comentário, a Ativa recorda que o plano passado considerava dividendos entre US$ 40 bi e US$ 45 bi. Ou seja, houve um aumento da faixa mínima, “o que consideramos positivo”.

Quanto aos extraordinários, parece ter ocorrido uma manutenção do patamar estabelecido no plano passado, que previa pagamentos entre US$ 5 e US$ 10 bi.

A companhia também revisou a dívida bruta para US$ 75 bilhões no PN 2025-29, após análise da estrutura de capital mais adequada para a empresa, “sendo aderente à minimização do custo de capital, aos riscos do fluxo de caixa e a uma gestão eficiente de caixa e liquidez”

“O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta”, coloca.

O plano considera entre as premissas para a financiabilidade:

  • a geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras;
  • caixa mínimo de US$ 6 bilhões;
  • intervalo de referência da dívida bruta de US$ 55 bilhões a US$ 75 bilhões, com convergência no patamar de US$ 65 milhões;
  • e pagamento de dividendos conforme a política de remuneração aos acionistas vigente.

O que o mercado achou?

De maneira geral, analistas gostaram do que viram. O papel da Petrobras acumulou alta de quase 3% desde a divulgação.

Para o BTG, os números reduzem os riscos e confirmam a Petrobras como uma empresa de exploração e produção de petróleo, focada em alocação racional de capital e forte comprometimento com pagamentos recorrentes de dividendos.

Segundo a Ativa, a maioria dos pontos são neutros para a tese. De positivo, a corretora elenca a maior expectativa para pagamentos de dividendos regulares.

“Acreditamos ainda que a não ocorrência de nenhuma premissa muito fora do esperado pode favorecer os papéis da empresa”.

Apesar disso, a Genial nota que os investimentos de US$ 111 bilhões, sendo US$ 77 bilhões em exploração & produção, podem ser negativos, especialmente por (muito possivelmente) seguir considerando investimentos em aquisições e em outros segmentos pouco interessantes, como refino.

Ao todo, a companhia pretende desembolsar R$ 20 bilhões para sustentar a parte de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes (RTC).

“Acreditamos que o aumento do foco em aquisições (petroquímicas ou refinarias), negócio de refino e outros segmentos de negócios com histórico de execução pouco interessante. Para fins de comparação, os investimentos em RTC no PE anterior era de apenas US$ 12 bilhões”.

Vem dividendo

Por outro lado, a projeção de dividendos de US$ 45 bilhões e até US$ 10 bilhões de dividendos extraordinários é positiva. Tal valor implica em pelo menos 49-60% do atual valor de mercado da empresa a serem distribuídos no formato.

Na visão do BTG, dependendo de como a curva de investimento for estruturada ao longo dos próximos 5 anos, há potencial para aumento dos dividendos, o que tem sido um fator-chave para o desempenho das ações.

“Nos últimos anos, a estimativa do capex da Petrobras significou muitas vezes um cenário pessimista, uma vez que as restrições da cadeia de abastecimento em E&P (cerca de 70% do investimento total) fizeram com que a empresa errasse a estimativa futura de 1 ano em 23% nos últimos 8 anos”.

Embora espere que esta diferença diminua no futuro, ainda parece improvável, na visão dos analistas, que a Petrobras exceda a previsão de investimentos do plano de negócios.

“Assim, assumir a distribuição ordinária de dividendos de US$ 45 bilhões ao longo dos próximos 5 anos parece ser um indicador razoável para uma “previsão mínima” (implicando um DY de 10%). Se a Petrobras distribuir os US$ 10 bilhões adicionais em dividendos especiais, o DY aumentaria para 13% com base no preço atual das ações”.

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