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Plano de Lula para a Petrobras (PETR4) é um erro, diz Sachsida

26 ago 2022, 15:17 - atualizado em 26 ago 2022, 15:43
“Essa estratégia já foi usada no Brasil e deu errado”, disse Sachsida (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O plano de Luiz Inácio Lula da Silva de manter a Petrobras (PETR4) como uma empresa estatal se for eleito novamente é um erro, segundo o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.

O ex-presidente, favorito nas eleições de outubro, vem prometendo reverter anos de cortes de custos na empresa e expandir o refino doméstico para tornar o país mais independente dos preços internacionais do petróleo.

“Essa estratégia já foi usada no Brasil e deu errado”, disse Sachsida à Bloomberg em entrevista em seu gabinete em Brasília. “Isso transformou a Petrobras na empresa de petróleo mais endividada do mundo.”

O presidente Jair Bolsonaro, que busca a reeleição e está atrás de Lula nas pesquisas, abraçou o plano de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatizar a Petrobras.

Embora o presidente tenha dito anteriormente que era contra a venda da gigante do petróleo, ele mudou de discurso depois que a empresa se tornou um tema quente de campanha eleitoral, com os preços dos combustíveis aumentando as pressões sobre a inflação.

Bolsonaro demitiu uma série presidentes da empresa por aumentarem preços muito rápido – uma questão que também levou à destituição do antecessor de Sachsida. Mais recentemente, cortes de impostos do governo e um declínio nos preços do petróleo deram ao presidente algum alívio político.

Privatizar a empresa também poderia ajudar a transferir a responsabilidade pelas flutuações dos preços dos combustíveis para longe do governo. Pesquisas no início deste ano mostraram que os brasileiros culparam em grande parte Bolsonaro, não a Petrobras ou a invasão da Ucrânia pela Rússia, pelo aumento dos custos para encher seus tanques.

Embora investidores tenham aplaudido a perspectiva de venda, o processo é “complexo” e levaria três ou quatro anos, segundo Sachsida. Uma das opções em análise é diluir a participação do governo por meio de conversão de ações, acrescentou ele. Por enquanto, contudo, a empresa deve continuar vendendo refinarias conforme acordado com o Cade.

Sob Lula, Petrobras buscaria expandir energia renovável e refino

Já o plano de Lula para a estatal é totalmente diferente. Se vencer, o ex-presidente quer que a empresa aumente os gastos com refino e energia renovável, reconstrua sua atuação internacional para participar de projetos estrangeiros e parcerias tecnológicas.

Para Sachsida, isso é lutar contra o inevitável. “Uma única empresa não pode determinar os preços dos combustíveis em um país”, disse ele.

O ministro, que aposta na reeleição de Bolsonaro, diz que o governo também tem um plano para estimular o setor de mineração com mais financiamento, e permitindo a concessão de áreas de mineração em troca de investimentos. Sua meta é dobrar a participação do setor de mineração na economia do país de 2,4% para 4,8% em 5 anos.

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