Petrobras (PETR4): O fator no plano de negócios que pode abrir caminho para mais dividendos
A Petrobras (PETR4) aprovou o seu plano de negócios, que, em parte, já tinha sido revelado na última segunda. Como o esperado, a companhia prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões, sendo US$ 98 bilhões para projetos em implementação e US$ 13 bilhões para projetos em avaliação.
Segundo analistas, não houve grandes surpresas. Mesmo assim, a ação preferencial subia 2,88%, encostando nos R$ 40, também embalada pelos dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões.
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Os pontos mais importantes, segundo o Itaú BBA, foram as curvas anuais projetadas para produção e capex (investimentos), bem como as referências financeiras para dívida bruta e caixa ótimo.
Em termos de curva de produção de petróleo, a empresa revisou a estimativa de 2025 para 2,3 mbpd (de 2,2 mbpd), alinhando-se com “nossas estimativas que estavam acima do consenso”.
Já o Bradesco BBI pontuou o nível de caixa ideal, que foi revisado de US$ 6 bilhões para US$ 8 bilhões anteriormente, enquanto a faixa superior para dívida bruta na política de dividendos foi aumentada de US$ 65 bilhões para US$ 75 bilhões.
De acordo com a corretora, esse fator pode jogar a favor de mais dividendos, abrindo espaço para o pagamento de proventos elevados, mesmo que os preços do petróleo caíssem para cerca de US$ 60/barril.
“Com isso,continuamos esperando um pagamento de dividendos de US$ 12 bilhões para 2025 (rendimento de 13,5%), mesmo que os preços da comodity caíssem um pouco abaixo de nossa estimativa de US$ 76/barril para o próximo ano”
Do lado negativo, o BBI diz que a curva de investimentos ficou acima da estimativa e com uma curva de produção semelhante, amplamente afetada pela inflação do setor.
“A certeza da execução deste investimento (especialmente a longo prazo) ainda não foi definida”, completa.
Na visão do BTG, o plano reforça a confiança na sustentabilidade dos dividendos para 2025 e além, prevendo-se que os pagamentos permaneçam acima dos limites estabelecidos pela política de remuneração dos acionistas da Petrobras.
“Isto é sustentado por uma estratégia focada em E&P (exploração e produção), níveis disciplinados de investimentos, baixa alavancagem e sólida geração de fluxo de caixa para o acionista”
Ainda segundo o banco, a companhia parece estar criando espaço para dividendos mais elevados.
“Continuamos céticos de que a empresa será capaz de aumentar os investimentos de US$ 14 bilhões em 2024 para US$ 18,5 bilhões em 2025”.
Para o BTG, embora não seja provável que a Petrobras empurre a alavancagem para acima do intervalo, a mudança na projeção ainda aponta na direção de dividendos mais elevados, especialmente se fusões e aquisições permanecerem fora de questão.
O que fazer com Petrobras?
Com um risco a menos, analistas reiteraram recomendação. Segundo o BTG, a petroleira é compra com alta convicção.
“Na verdade, acreditamos que a nossa estimada estrutura de capital– que inclui um saldo de caixa a partir do ano de 2025 e uma dívida líquida de US$ 10 bilhões e US$ 49 bilhões, respectivamente – é conservadora, deixando espaço para dividendos especiais adicionais”, coloca.
Ainda segundo os analistas, a companhia continua sendo a tese principal, oferecendo uma assimetria atraente pensando em retornos de dividendos nos próximos 24 meses.
“Isto compensa os riscos ligados ao ruído político e às possíveis quedas dos preços do petróleo, uma vez que a Petrobras continua a ser um dos produtores globais mais competitivos”.
Eles estimam que a companhia seja negociada a um piso de DY de 10% para 2025, com base apenas em dividendos ordinários, investimento de US$ 17 bilhões e saldo de caixa no final de 2025 de US$ 10 bilhões (muito acima da referência de US$ 6 bilhões).
O Goldman Sachs também reafirmou compra, prevendo rendimento de dividendos de 15% em um contexto de crescimento de produção previsto de 10% em 2025.
No entanto, o banco alerta que há espaço limitado para uma reclassificação, especialmente no contexto das
preocupações do petróleo com um mercado de petróleo com excesso de oferta no ano que vem, o que traz riscos de queda aos preços do petróleo.