Internacional

Plano de estímulo gigante de Biden sinaliza nova briga no Senado

11 jan 2021, 14:37 - atualizado em 11 jan 2021, 14:37
Assessores econômicos e políticos de Biden passaram os últimos dias trabalhando no tamanho do pacote e nos componentes (Imagem: Facebook/ Joe Biden)

O plano do presidente eleito dos EUA, Joe Biden, de aprovar um pacote de estímulo econômico de vários trilhões de dólares no início de seu governo enfrenta desafios com um Senado dividido, e um possível processo de impeachment de Donald Trump pode adiar ainda mais o objetivo.

Biden deve divulgar suas propostas – valor ainda não foi divulgado – na quinta-feira. O pacote contará com apoio para autoridades estaduais e locais por muito tempo bloqueado pelos republicanos, aumento dos pagamentos diretos para US$ 2 mil e maiores benefícios de desemprego, juntamente com financiamento para distribuição de vacinas, reabertura de escolas, créditos fiscais, redução de aluguel e ajuda para pequenas empresas.

Partes do projeto de lei de alívio de US$ 900 bilhões do mês passado começam a se esgotar em meados de março e podem não ser suficientes para evitar uma retração econômica neste trimestre, já que o coronavírus continua a se propagar e causar recorde de mortes.

O fracasso em obter a aprovação do Congresso até lá poderia derrubar os mercados acionários, que atingiram recorde na semana passada em meio às expectativas de que o controle do Senado pelos democratas resultaria em novos estímulos de peso.

As apostas destacam o risco de prosseguir com o impeachment do presidente Trump. O Senado só retoma os trabalhos em 19 de janeiro, e um processo de impeachment teria prioridade na agenda.

Democratas da Câmara dos Deputados buscam aprovar o artigo para o impeachment nesta semana, mas esperariam para enviá-lo ao Senado para permitir que o projeto de lei do estímulo saia na frente no calendário legislativo.

Muitos elementos do plano de Biden devem ser extraídos da Lei dos Heróis de US$ 3,4 trilhões, de autoria dos democratas da Câmara, que foi aprovada em maio e bloqueada pelo Senado controlado pelo Partido Republicano.

Assessores econômicos e políticos de Biden passaram os últimos dias trabalhando no tamanho do pacote e nos componentes.

Os assessores ainda pesam o desejo de gastar para ajudar o maior número possível de americanos contra a viabilidade política de aprovar outro projeto de lei no Congresso, mesmo sob controle dos democratas.

O senador Chuck Schumer deve ser o líder da maioria com o controle mais simples da casa, com 50 para cada lado. Democratas mais avessos a déficits de estados conservadores, como Joe Manchin, de West Virginia, e Jon Tester, de Montana, terão o mesmo peso de progressistas como o esquerdista Bernie Sanders.

Na sexta-feira, Biden destacou que o atual nível historicamente baixo das taxas de juros permite medidas para reforçar as perspectivas de crescimento de curto e longo prazo. Em última análise, isso “reduziria o peso da dívida nacional”, disse.

As expectativas dos bancos de Wall Street para a próxima rodada de estímulo ficam bem aquém do marco de vários trilhões de dólares de Biden.

As projeções do JPMorgan Chase estão na ponta mais alta, em US$ 900 bilhões, enquanto os números do Goldman Sachs apontam para US$ 750 bilhões.

Outros são ainda mais contidos. Economistas do UBS estimam que qualquer novo pacote de ajuda para a Covid-19 após a posse de Biden ficará em torno de US$ 500 bilhões.

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