CVM

Planner e gestora negam irregularidades em fundo imobiliário acusado de fraude pela CVM

18 jul 2018, 22:11 - atualizado em 18 jul 2018, 22:11

Por Arena do Pavini – A Planner Corretora e a Mérito Investimentos, respectivamente administradora e gestora do fundo Mérito Desenvolvimento Imobiliário, divulgaram comunicado negando irregularidades no fundo imobiliário, que teve suas negociações suspensas hoje pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com a proibição, foram suspensas as compras e vendas de cotas do fundo na B3. Segundo a CVM, o fundo vem atuando de forma irregular no mercado e sua atuação “se assemelha a de pirâmide financeira com indícios de fraude”.  Segundo a nota, o fundo tem 8 mil cotistas e 20 empreendimentos.

Investimento em cemitério e projetos pelo Brasil

Entre os ativos do fundo estava, até o começo do ano passado, um cemitério em Sabará, Minas Gerais, avaliado em R$ 5,8 milhões, que saiu da carteira no balanço do começo deste ano. Há projetos em diversas regiões do país, desde urbanizações em Maracanaú, no Ceará, em Lagarto, Sergipe, e Camaçari, Bahia, além de incorporações residenciais em Ubatuba, Iracemápolis e Paulínia, em São Paulo. Os valores são relativamente baixos e variam de R$ 718 mil em Ubatuba a R$ 32 milhões em Paulínia. O projeto de Paulínia, inclusive, foi avaliado em R$ 24 milhões em março e reavaliado para R$ 32 milhões em abril, uma alta de 33% em um mês, com aumento das vendas de 50% para 60%.

Em março, quase metade do patrimônio, ou R$ 94 milhões, estava aplicada em março deste ano em operações compromissadas com títulos públicos na Caixa Econômica Federal, segundo balanço da gestora. Em abril, esse valor caiu para R$ 62 milhões.

Planner e gestora não foram comunicados

Segundo a nota, até esta data, a Planner e a Mérito Investimentos não haviam sido formalmente comunicadas pela CVM a
respeito de quaisquer irregularidades. E ressalvam que todo e qualquer esclarecimento solicitado pela autarquia foi devidamente atendido. As empresas dizem que o fundo imobiliário está em funcionamento desde 2013, e realizou recentemente
duas ofertas públicas registradas na CVM, atingindo patrimônio superior a R$ 230 milhões, com mais de 8.000
cotistas e mais de 20 empreendimentos imobiliários em sua carteira.

Segundo as instituições, “a Deliberação nº 795, sem dar o devido direito de contraditório às partes envolvidas, contém termos vagos, como ‘aparentemente’ ou ‘indícios’, e não só afeta a imagem da Planner e da Mérito Investimentos, como
também poderá acarretar enorme prejuízo aos cotistas do fundo”.

Tanto a Planner quanto a Mérito Investimentos reiteram que “não possuem conhecimento das supostas irregularidades
mencionadas na Deliberação nº 795” e que o fundo “sempre atuou de forma regular, conforme a legislação,
regulamentação, normas de autorregulação e o seu regulamento”.

As duas instituições dizem que estão “trabalhando conjuntamente para reverter o mais rápido possível a
decisão tomada pela CVM” e dizem que o fundo “permanece em funcionamento normal, não obstante a suspensão da negociação das cotas na bolsa de valores, sendo certo que, até a reversão da decisão, o Fundo não investirá, direta ou indiretamente, em novos empreendimentos, ressalvados os compromissos assumidos até esta data.”

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