Pix Internacional, parcelado e com inteligência artificial; o plano para baratear o dinheiro
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou em um evento recentemente que o projeto do Pix Internacional está sendo negociado com quatro países da América Latina.
Campos Neto comentou sobre o tema durante uma palestra no IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa).
De acordo com Campos Neto, o intuito é formar um bloco econômico com o Uruguai, Chile, Colômbia e Equador e estabelecer um método de pagamento comum entre os países, sem necessidade de unificação das moedas.
“Estamos olhando como fazer o Pix internacional. Alguns países da América Latina já estão discutindo com a gente como eles vão adotar o Pix. Achamos que vai ter um bloco. Você viaja entre os países e faz o pagamento automático. Assim, se resolve o problema do pagamento transfronteiriço. Estamos trabalhando com Uruguai, Colômbia e Equador. O Chile também nos procurou”, disse o presidente do BC.
Pix internacional é só a ponta do iceberg; O grande plano de Roberto Campos Neto
Por diversas vezes, o presidente do Banco Central já comentou sobre seu plano de digitalizar a economia brasileira. O plano de 2023 possui quatro fases, sendo duas delas envolvendo a melhoria de tecnologias já existentes (Pix e Open Finance).
São elas em ordem de implementação e prioridade: a Internacionalização da moeda e abertura dos mercados de capitais; o Pix, o Open Finance e o Real Digital.
Conforme a apresentação de Campos Neto no evento IDP, entre os planos do Pix estão a iniciativa de “Buy Now Pay Later (BNPL)”, ou compre agora, pague depois em português e a habilidade de programar pagamentos na modalidade.
No que tange o “BNPL”, a ideia de Campos Neto é similar ao funcionamento de parcelar uma compra, mas um pouco mais complicado se tratando de Pix.
Nos modelos existentes mais usados, os empréstimos financiados ao comprador são intermediados por fintechs que, com inteligência artificial, coleta dados do cliente e leva o cadastro para aprovação.
Campos Neto também comenta sobre a monetização de dados contidos no Open Finance. Isso é, um marketplace de propagandas direcionadas para pontas financeiras, intermediado pelo BC.
Nas últimas partes do plano de Campos Neto, estão o Real Digital, a CBDC e as carteiras virtuais. O presidente do Banco Central anunciou recentemente seus testes-piloto do Real Digital.
A moeda será lastreada nas CBDCs (moedas digitais emitidas por bancos centrais), que por sua vez, será lastreada em depósitos tokenizados.
O presidente do Banco Central quer integrar essas tecnologias em um único sistema, e incluir, por exemplo, a facilidade do Open Finance ao Real Digital.
Ao final do plano, em um cenário onde tudo tenha saído como Campos Neto espera, é provável que o consumidor possa fazer um Pix parcelado em Real Digital para outro país por taxas mínimas. A ideia ainda é poder programar esse envio.