PIX: Golpes podem gerar prejuízo anual de R$ 11 bilhões para bancos e consumidores brasileiros até 2028
Golpes com Pix podem trazer prejuízos anuais de R$ 11 bilhões para bancos e consumidores no Brasil até 2028, segundo projeção da ACI Worldwide e GlobalData, publicado nesta terça-feira (21). De acordo com o relatório, as fraudes com o Pix ainda devem crescer 39% em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023.
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Além disso, entre as seis economias analisadas, os prejuízos causados por golpes no segmento de transações com sistemas de pagamentos instantâneos devem superar US$ 7,6 bilhões (mais de R$ 44 bilhões) até 2028 em todo o mundo. Do valor total, o Brasil representa um quarto.
O levantamento mostra que é comum golpistas abordarem os consumidores por meio de redes sociais, telefone e aplicativos de mensagens. Os criminosos tem o intuito de ganhar a confiança da vítima para que a transferência de dinheiro seja voluntária.
Como funcionam os golpes do PIX?
A pesquisa aponta que a principais modalidade de fraude entre os brasileiros envolve a venda de produtos (22%). Neste caso, o consumidor pagaria para receber um produto que não existe.
Em seguida, correspondendo a 21%, vem os golpes de investimentos, em que o golpista utiliza promessas enganosas de retorno financeiro. Já em terceiro lugar, com 17%, vem a fraude de pagamentos antecipados, onde há a transferência de um valor para garantir serviços.
De acordo com Cleber Martins, líder de Inteligência de Pagamentos e Soluções de Risco da ACI Worldwide, os golpistas utilizam um senso de urgência para que as vítimas transfiram o dinheiro.
“O criminoso trabalha para convencer a pessoa a desligar as próprias proteções”, afirmou. “É o caso de uma promoção imperdível, por exemplo, em que o pagamento precisa ser feito nos próximos minutos via Pix”.
O documento mostra que, além das perdas financeiras, um quarto das vítimas de golpes indica que abandonaria a conta bancária comprometida.
“Isso representa um risco significativo a longo prazo para a receita e a confiança dos clientes, algo que os bancos brasileiros precisam considerar em suas estratégias”, afirma o relatório.
Apesar da criação de medidas protetivas do Banco Central e outros bancos, golpes via Pix ainda tem muita força. O desenvolvimento da inteligência artificial pode deixar o ambiente ainda mais desafiador.
Segundo Martins, da ACI, nesses casos, o conteúdo do golpe acaba sendo mais convincente, com uma estratégia conhecida por gerar “herança de confiança”. Um exemplo deste tipo de golpe é quando o criminoso altera a foto do WhatsApp e pede dinheiro ao familiar ou amigo.
“O que eles estão fazendo com a IA é tornar a abordagem mais convincente recriando voz, imagem e até fazendo chamada em vídeo das pessoas”, explica Martins.