Pirâmide financeira: 123Milhas vira alvo de CPI e sócios são convocados
A agência de viagens 123Milhas está se enrolando cada vez mais. Na última quarta-feira (23), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras aprovou a quebra se sigilo bancário e fiscal da companhia.
Além disso, os sócios-administradores da empresa, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, foram convocados a depor na comissão.
No sábado (19), o deputado Aureo Ribeiro, presidente da CPI, se manifestou dizendo que a comissão iria investigar o caso dos prejuízos causados aos brasileiros.
É muito grave o comunicado da “123 milhas” de suspensão das viagens agendadas de setembro a dezembro de 2023. Muitas famílias se programaram e agora todo o sonho vai por água a baixo. A CPI das Pirâmides Financeiras vai investigar o caso dos prejuízos causados ao brasileiros.
— Aureo Ribeiro (@AureoRibeiroRJ) August 19, 2023
Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.
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Entenda o caso da 123Milhas
Na sexta-feira (18) à noite, a 123Milhas divulgou um comunicado informando a suspensão dos pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional, a “PROMO“. Com isso, também foi suspensa a emissão de passagens já compradas e com embarque previsto de setembro a dezembro de 2023.
“Devido à persistência de circunstâncias de mercado adversas, alheias à nossa vontade, a linha PROMO foi suspensa temporariamente e não emitiremos as passagens com embarque previsto de setembro a dezembro de 2023”, diz o comunicado.
Segundo a empresa, o valor das passagens será devolvido integralmente aos clientes através de “vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI” para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes na 123Milhas.
A companhia foi notificada pelo Procon, que solicitou o detalhamento sobre a decisão da companhia de suspender os pacotes e passagens, a fim de compreender quais impactos poderão ser causados pelo cancelamento e quais medidas podem ser tomadas para dar suporte aos consumidores.
No começo da semana, o ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou que a 123milhas foi suspensa do Cadastur, sistema de cadastro de pessoas físicas e jurídicas que atuam no setor de turismo. Ele também disse que o modelo de negócio da companhia está em análise.
Crise no turismo
Assim como a 123Milhas, a Hurb no início do ano passou pelo mesmo processo. Em ambos os casos, o motivo do cancelamento é o mesmo: a impossibilidade de realizar as viagens no preço contratado pelos clientes.
Os pacotes promocionais das empresas oferecem preços baixos de passagens e hospedagens, a baixo do mercado. No entanto, em alguns pacotes, as viagens não têm data previamente marcada.
Isso porque é necessário buscar os dias de voo e estadia mais baratos possíveis. Com o crescimento da busca por viagens após a pandemia, a inflação de serviços como passagens aéreas, hospedagens, passeios, passaram a prejudicar o valor total das viagens.
Por isso, 123Milhas e Hurb passaram a não encontrar opções dentro da faixa de preços cobrada nos pacotes de seus clientes. Assim, sinalizavam prejuízo às empresas.
*Com Laura Pereira