Moedas

Pimco acha títulos chineses caros e vê mais queda do yuan

25 ago 2022, 7:07 - atualizado em 25 ago 2022, 7:07
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A análise da Pimco também mostra que, apesar da queda do yuan em relação ao dólar este ano, a moeda permanece cara quando medida em termos mais amplos ponderados pelo comércio exterior (Imagem: REUTERS/Thomas White/Illustration)

Os investidores globais ficam cada vez mais pessimistas em relação aos ativos chineses, e a Pimco não é exceção.

Os títulos soberanos da China parecem caros e não têm muito espaço para subir mais, pois qualquer flexibilização monetária adicional será limitada, já que as taxas de juros já estão muito baixas, disse Stephen Chang, diretor e gestor na Pimco Asia.

Ao mesmo tempo, a análise da Pimco sugere que o yuan tem espaço para continuar se enfraquecendo, disse.

“Temos sido mais defensivos em taxas na China, de neutros a ligeiramente sub-expostos em nossas posições”, disse Chang em entrevista. “Com base na avaliação de outros mercados, a China parece meio cara.”

Os fundos globais têm se retirado dos ativos chineses este ano, levantando questões sobre o futuro do país como destino de investimentos e os esforços para globalizar o yuan. Um corte inesperado de juros este mês fez pouco para aumentar a confiança dos investidores, ao mesmo tempo em que levou o yuan a uma mínima de dois anos.

A Pimco antes tinha uma visão positiva sobre a dívida soberana chinesa, mas rebaixou sua recomendação de sobre-exposição para neutra no início deste ano, citando uma divergência crescente com os EUA.

O contraste entre um Banco Popular da China dovish e um Federal Reserve hawkish significa que o rendimento de títulos de 10 anos está agora cerca de 0,45 ponto percentual abaixo dos de títulos do Tesouro americano de vencimento similar, contra mais de um ponto percentual acima no início deste ano.

A análise da Pimco também mostra que, apesar da queda do yuan em relação ao dólar este ano, a moeda permanece cara quando medida em termos mais amplos ponderados pelo comércio exterior.

“Vemos espaço para que o yuan precifique algumas fraquezas, especialmente porque o iene e o euro se desvalorizaram muito”, disse Chang. “Há também os elementos de diferencial de juros e desempenho das exportações. As exportações continuaram fortes, mas isso está prestes a mudar” devido às perspectivas de uma recessão global, disse ele.

O yuan caiu cerca de 7,6% em relação ao dólar este ano, menos do que a queda de 12% do euro e de 16% do iene.

O BC chinês fixou a taxa de câmbio de referência em um nível mais forte do que a estimativa mediana de analistas na quarta-feira, o que pode sinalizar uma prontidão para controlar o ritmo do declínio da moeda.

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