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Pílula contra Covid-19 reduz risco de morte e hospitalização em 50% em estudo

01 out 2021, 9:05 - atualizado em 01 out 2021, 9:05
Medicamento experimental contra Covid-19 molnupiravir
Graças aos resultados positivos, o teste de estágio avançado está sendo interrompido no início por recomendação de monitores externos (Imagem: Merck Sharp & Dohme/Divulgação via REUTERS)

O remédio oral experimental da Merck Sharp & Dohme (MSD), chamada nos Estados Unidos de Merck & Co, contra Covid-19, batizado de molnupiravir, diminuiu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte em pacientes com risco de desenvolver doenças graves, de acordo com os resultados provisórios de testes clínicos anunciados nesta sexta-feira.

A MSD e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics planejam solicitar uma autorização de uso emergencial nos Estados Unidos assim que possível, e também encaminhar pedidos a agências reguladoras de todo o mundo.

Graças aos resultados positivos, o teste de estágio avançado está sendo interrompido no início por recomendação de monitores externos.

“Isto mudará o diálogo sobre como lidar com a Covid-19”, disse Robert Davis, executivo-chefe da farmacêutica, à Reuters.

Se autorizado, o molnupiravir, que foi concebido para introduzir erros no código genético do vírus, seria o primeiro antiviral oral para Covid-19.

Rivais como a Pfizer e a farmacêutica suíça Roche estão correndo para desenvolver uma pílula antiviral contra Covid-19 fácil de usar, mas até agora só coquetéis de anticorpos –que têm que ser administrados por via intravenosa– estão aprovados para tratar pacientes de Covid-19 que não estão hospitalizados.

Uma análise provisória planejada de 775 pacientes do estudo da MSD mostrou que 7,3% dos que receberam molnupiravir ou foram hospitalizados, ou haviam morrido até 29 dias após o tratamento, o que ocorreu com 14,1% dos pacientes com placebo.

Não houve mortes no grupo de molnupiravir, mas houve oito entre pacientes com placebo.

“Tratamentos com antiviral que podem ser tomados em casa para manter pessoas com Covid-19 fora do hospital são criticamente necessários”, disse Wendy Holman, presidente-executiva da Ridgeback, em um comunicado.

No teste, que recrutou pacientes de todo o mundo, o molnupiravir foi ingerido a cada 12 horas durante cinco dias.

O estudo contou com pacientes com Covid-19 com quadros de brandos a moderados confirmado em laboratório que tiveram sintomas durante não mais de cinco dias.

Todos eles tinham ao menos um fator de risco associado a uma recuperação precária de doenças, como obesidade ou idade avançada.

A MSD disse que o sequenciamento viral feito até agora mostra que o molnupiravir é eficaz contra todas as variantes do coronavírus, incluindo a altamente transmissível Delta.

A empresa disse que as taxas de eventos adversos foram semelhantes em pacientes de molnupiravir e placebo, mas não deu detalhes dos efeitos colaterais.