PicPay, de donos da JBS, busca valor de mercado de US$ 8 bilhões em IPO
O PicS Ltd., uma fintech de pagamentos de propriedade da família Batista, de bilionários da JBS (JBSS3) no Brasil, busca conseguir um valor de mercado de até US$ 8 bilhões em uma oferta pública inicial de ações na Nasdaq, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
O PicPay, como a empresa é conhecida, está procurando levantar até US$ 1 bilhão na oferta, que está prevista para acontecer em junho, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as informações não são públicas. As discussões estão em andamento e não há certeza de que resultarão em uma listagem, disseram as pessoas.
A empresa informa que o processo de IPO segue o seu curso normal e que detalhes da oferta serão comunicados oficialmente nas próximas semanas.
A fintech pediu o registro da oferta na Nasdaq em abril passado, com o BTG Pactual, Banco Bradesco BBI, Barclays e Santander executando o negócio. A empresa pertence integralmente à família Batista por meio da holding de investimentos J&F Participações.
Os Batista são mais conhecidos por sua empresa gigante de carnes JBS, o maior fornecedor mundial. Eles também estiveram no centro de um escândalo de corrupção que abalou o Brasil em 2017, envolvendo dezenas de políticos, quase derrubando um presidente e levando os irmãos Joesley e Wesley Batista à cadeia.
No ano passado, a J&F Investimentos, empresa de propriedade dos irmãos, admitiu ter violado as leis contra corrupção dos EUA, concordando em pagar uma multa de US$ 128 milhões.
No comando do PicPay está um membro mais jovem da família, José Antonio Batista. A empresa foi fundada em 2012, no estado do Espírito Santo, mas foi somente em 2015 que os Batista se tornaram acionistas. A empresa afirma ter mais de 50 milhões de usuários, com mais de R$ 3 bilhões por mês em transações, segundo seu website. O PicPay tinha mais de 1.800 funcionários em dezembro de 2020, um aumento de dez vezes em relação a 2018, de acordo com o prospecto.
Os Batista querem lucrar com o frenesi das fintechs que está varrendo a América Latina. A região é o lar de potências locais como o banco digital Nubank , avaliado em US$ 25 bilhões, e o StoneCo (STNE), listada na Nasdaq, que conta com a Berskshire Hathaway entre os sócios e que vale perto de US$ 20 bilhões.