PIB vai continuar subindo em 2024? Veja a avaliação dos economistas
No primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8%, totalizando em valores correntes R$2,7 trilhões.
O resultado ficou ligeiramente acima da expectativa do mercado, que apontava para uma alta média de 0,7% na atividade econômica, e foi motivo de comemoração por parte do governo.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o maior consumo das famílias e serviços, além de afirmar que o Brasil subirá mais uma posição, chegando a 8º PIB mundial, conforme as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Já o secretário-executivo do ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que os números do PIB são um “sinal concreto” de que a economia está se desenvolvendo em um bom ritmo.
“O número do PIB me parece bastante satisfatório, em especial nos detalhes como indústria da transformação e investimento”, disse em uma coletiva de imprensa que aconteceu na manhã desta terça-feira (4).
PIB dentro do esperado pelos economistas
Do lado do mercado, os números não foram recebidos com tanta emoção assim. Vale lembrar que o grande destaque foi o setor de Serviços, que avançou 1,4% — Agropecuária viu um crescimento expressivo de 11,3%, mas quando comparado com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 3%.
As economistas do Itaú, Natalia Cotarelli e Marina Garrido, destacam que o PIB veio próximo das expectativas, com consumo resiliente e recuperação do investimento.
“O aumento da renda (liderado por um mercado de trabalho resiliente, pelos pagamentos extras de precatórios e pelo aumento dos benefícios sociais vinculados ao salário-mínimo), bem como a queda das taxas de juros, contribuíram para o forte crescimento do PIB no primeiro três meses do ano”, reforçam em relatório.
Por outro lado, os economistas do UBS BB afirmam que o bom desempenho da atividade econômica não deve se manter nos próximos trimestres, principalmente no que diz respeito ao consumo das famílias e investimento fixo que vieram mais fortes.
Fabio Ramos, Alexandre de Azara e Rodrigo Martins apontam que o consumo das famílias aumentou 1,5%, atrelado à produção varejista, com receitas mais fortes provenientes de precatórios, pensões de final de ano pagas antecipadamente e taxas mais baixas inflação comercializável nos três primeiros meses do ano.
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Já o investimento fixo também teve forte crescimento de 4,1% em relação ao trimestre anterior, embora isso tenha sido após vários trimestres de desempenho próximo de zero ou negativo.
“Não acreditamos que os resultados favoráveis para o mercado interno a demanda no 1T24 durará no 2T/2S24, dada a crescente incerteza e o BCB mantendo a Selic mais apertada por mais tempo”, dizem.
Por fim, Alberto Ramos, do Goldman Sachs, lembra que os resultados do segundo trimestre deverão ser impactados pelas enchentes que atingiram o estado do Rio Grande do Sul.
Segundo o economista, a projeção é de que a atividade continue a se beneficiar de estímulos orçamentais, como as transferências federais para famílias de baixa renda, além do aumento do salário mínimo, da inversão do ciclo de crédito e de uma sólida disponibilidade real das famílias.