AgroTimes

PIB menor nos EUA adiciona novo round no aperto das margens de Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3)

29 jun 2022, 12:13 - atualizado em 29 jun 2022, 12:40
Projeto prevê pagamento do valor integral de animal doente abatido
Boi mais caro nos EUA exigirá esforço de repasse para os preços em meio à retração da economia (Imagem: Unsplash/@dorukyemenic)

Do agronegócio, as duas principais companhias brasileiras expostas nos Estados Unidos são Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3), com operações locais diretas, e por isso estão sentindo o impacto negativo da retração do PIB do país em 1,6% no primeiro trimestre desde a abertura da B3 (B3SA3).

A ação da primeira reverte as duas altas anteriores e cede perto de 3%, a R$ 12,75, nesta passagem das 12h10 horas desta quarta (29), diante de sua dependência mais relevante naquele mercado, como demonstram seus resultados financeiros.

JBS devolve o ganho da véspera: 1,69%, R$ 32,56.

O Ibovespa (IBOV) também em baixa alimenta a desvalorização das ações.

Já havia pressão em vista sobre as margens dos dois frigoríficos, ante a inflação e custo mais alto de originação de boi para as plantas dos dois frigoríficos naquele mercado, como a Guide Investimentos já havia apontado aqui ao Money Times.

Os sinais de desaceleração da economia – apoiados pelas altas de juros pelo Federal Reserve (Fed) – trazem novo componente de pressão sobre o consumo de carne mais cara, como a bovina.

“Sim, as margens de ambas devem cair, porque também haverá mais dificuldade para os frigoríficos repassarem os preços mais altos do boi”, reitera Rodrigo Crespi, analista da corretora.

Com a ressalva de que o impacto deverá ser maior para a Marfrig, dado que a JBS está melhor apoiada em diversificação de proteínas mais baratas, em especial o frango, fora sua global com operações diretas em vários outros países.

Para somar as dificuldades da economia americana, que segundo Crespi ainda vai refletir mais a política monetária contracionista, ele acrescenta que o “efeito riqueza que é atingido depois de uma queda forte nos ativos de risco dos Estados Unidos, deve afetar também na demanda agregada do consumidor”.

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