Exportações

PIB menor do Chile irá impactar importação de carne bovina; país é o 3º maior comprador do Brasil

11 nov 2019, 15:01 - atualizado em 11 nov 2019, 15:32
Terceiro maior destino das exportações de carne bovina, Chile pode diminuir compras (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os exportadores brasileiros de carne bovina devem estar preparados para alguma queda nas compras chilenas neste final de ano, mas mais acentuadamente nos primeiros meses de 2020.

Como em qualquer economia com crescimento menor, as expectativas de todas as atividades também se retraem, e não seria diferente com a distribuição e varejo de carne, diante da avaliação do governo local de que o PIB caminha para um recuo.

Terceiro maior importador mundial de proteína bovina do Brasil, o Chile, sacudido há semanas por manifestações violentas e greves, já trabalha com a soma da riqueza nacional crescendo abaixo de 2% em 2019, quando 2,2% estava na meta.

E pelo efeito carrego, mais as incertezas quanto à continuidade ou não da crise que começou com o aumento da gasolina e dos transportes, o governo reduziu as perspectivas de 3,3% para 2,3% o PIB do ano que vem.

Seguirá sendo um mar de distância em relação ao desempenho das outras economias sul-americanas – exceção à peruana, em franca ascensão -, mas um corte dessa magnitude representa um baque para uma economia que precisará de recursos para se reerguer depois da paralisação e caos que está vivendo.

De janeiro a outubro, o Chile comprou 92.781 toneladas, injetando US$ 355,5 milhões de receita aos exportadores brasileiros. A participação foi de 6,3% no período, atrás de Egito e, em primeiro, China (considerando também Hong Kong), de acordo com dados da Secex compilados pela Abrafrigo.

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O mercado chileno é acessado mais por médios e até pequenos exportadores, com oferta e produção ajustadas para o país (Imagem: Pixabay)

Talvez no cômputo global dos embarques brasileiros, qualquer que seja a diminuição das importações do Chile de bovinos não resulte em grande efeito estatístico, na medida em que a China deverá habilitar mais unidades frigoríficas, além de outros países. Os sauditas anunciaram também oito liberações novas.

Mas o mercado chileno é acessado mais por médios e até pequenos exportadores, com oferta e produção ajustadas para o país, que precisarão direcionar suas vendas em um cenário de altíssima concorrência com os players.

Outras carnes

Os chilenos também tem uma posição relevante nas vendas externas de suínos. É o terceiro maior comprador, com US$ 79,7 milhões de janeiro a outubro, cerca de 36,8 mil toneladas, ou seja, mais 38,2%, de acordo com a ABPA, que reúne as empresas, também de aves.

Em frangos, houve queda, no mesmo período, de 15,7%, 38,7 mil/t para receitas de US$ 75,3 milhões.

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