PIB e Selic para cima e inflação colada no teto da meta: As projeções da XP para a economia brasileira
A XP Investimentos ajustou suas projeções para a economia brasileira, após o Produto Interno Bruto (PIB) mais forte e a meta fiscal mais próxima.
Depois de o PIB superar as expectativas no segundo trimestre de 2024 e apresentar uma composição setorial benigna, a casa revisou suas estimativas de crescimento de 2,7% para 3,1% este ano.
“Acreditamos que o PIB permanecerá em território positivo no segundo semestre, embora a um ritmo mais moderado em relação à primeira metade do ano. Por ora, prevemos elevação de 0,5% no 3º trimestre”, dizem o economista-chefe Caio Megale e equipe.
Já para 2025, eles veem desaceleração para 1,8%, refletindo uma política monetária mais restritiva e a tendência baixista dos preços das commodities. Antes, a expectativa era de crescimento de 1,6%.
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Para a inflação, os economistas acreditam que as principais métricas seguem distantes ou se afastando da meta. “O balanço de riscos permanece desafiador, devido à demanda aquecida e custos de produção mais altos (impostos, câmbio, salários)”, afirmam.
A XP continua a projetar um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,4% em 2024 e de 4% em 2025.
Com a atividade sólida e as expectativas de inflação elevadas, a XP reforça a visão de que o Comitê de Política Monetária (Copom) implementará um ciclo de alta de 1,50 ponto percentual (p.p.) na Selic, começando com 0,25 p.p.
“Esta reação deverá contribuir para reequilíbrio da economia e pode abrir espaço para uma normalização de juros no futuro”, dizem os economistas.
Além de PIB, inflação e Selic
A XP também alterou suas projeções para o déficit primário de 0,4% para 0,3% do PIB para o governo central em 2024, por conta do aumento de receitas extraordinárias. “A probabilidade de cumprimento da meta primária subiu”, afirmam Megale e equipe.
Já para 2025, o objetivo de elevar a arrecadação e controlar as despesas será desafiador.
Por fim, os economistas acreditam que a taxa de câmbio deve continuar volátil. “De um lado, o cenário de ‘pouso suave’ nos EUA traz alívio. De outro, os riscos fiscais e a queda nos preços das commodities preocupam”, dizem.
A casa mantém a projeção de R$ 5,40 por dólar para o final deste e do próximo ano.