PIB do primeiro trimestre vai registrar crescimento, diz Dyogo Oliveira

11 maio 2017, 3:14 - atualizado em 05 nov 2017, 14:04

Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse hoje (10) que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) vai registrar crescimento nos primeiros três meses de 2017. “Temos que aguardar os números oficiais para confirmar, mas essa é a tendência com os números que estão disponíveis”, disse em entrevista antes de participar da Rio Money Fair – A Feira do Dinheiro, no Centro de Convenções da Bolsa do Rio, no centro da capital fluminense.

Segundo Oliveira, os indicadores de serviços e comércio de março ainda não estão fechados, mas devem ser positivos e ele diz que o mercado estima um crescimento de 0,9% do PIB no primeiro trimestre do ano, após oito períodos consecutivos de taxas negativas.

A melhora da situação econômica, na avaliação do ministro, é resultado das medidas adotadas pelo governo de Michel Temer em uma agenda de reestruturação da política econômica, de aumento da credibilidade da política fiscal com transparência, e de reformas como a do limite do gasto público. Ele diz que o país já demonstra aspectos de mudança no ambiente econômico.

“Percebo isso em várias camadas. No meio do empresariado, no meio da população, dos consumidores, das famílias. As pessoas me parece que estão percebendo que essa mudança já começou. A gente vê que a pesquisa de consumo veio positiva, quer dizer que as famílias estão voltando a ter um ritmo normal de consumo. Acho que há uma percepção da sociedade de que a situação está melhorando”, disse.

Mercado de trabalho

Oliveira disse que, em um futuro breve, vários indicadores vão melhorar em diversos aspectos, com exceção do mercado de trabalho, que segundo ele, demora mais a reagir dentro de um processo de recuperação.

“Ele [mercado de trabalho] é o que demora mais a entrar em crise e também o que demora mais a sair da crise, por características do mercado de trabalho, em particular, por dificuldades, de restrições do mercado de trabalho característico da maioria dos países, mas que no Brasil é elevado à potência forte”, disse.

O ministro disse que para a recuperação do emprego é importante a aprovação da reforma trabalhista, porque reduz os custos no mercado de trabalho e, com isso, incentiva que as empresas contratem mais. “Hoje o custo do trabalhador é custo dos salários, dos impostos, dos litígios, das decisões judiciais. São vários elementos de custos para a empresa. Com a reforma trabalhista, reduzem-se os custos indiretos, então, a empresa sabe que pode voltar a contratar mais rapidamente”.

Reforma da Previdência

Para a recuperação da economia, o ministro também destacou a necessidade da aprovação da reforma da Previdência que, para ele, é o grande divisor de águas. Oliveira disse que o governo deseja que a reforma previdenciária seja aprovada ainda no primeiro semestre pelo Congresso, mas ponderou que não existe um deadline para que seja um sucesso do ponto de vista fiscal.

“O tempo é de amadurecimento da proposta no Congresso. Quando nós estivermos com a proposta amadurecida e esclarecida adequadamente, ela será votada e, a nosso ver, aprovada. Temos o desejo que seja ainda este semestre”, disse.

Para o ministro, o relatório do deputado Arthur Maia (PPS-BA), aprovado na Comissão Especial da Reforma da Previdência, atendeu as principais e mais justificadas demandas do ponto de vista da sociedade e do Congresso. “Não é uma questão de concessões. É uma questão de votação, então, isso vai à votação no Congresso e nós estamos muito otimistas”.

Caso a reforma não seja aprovada, o ministro disse que os sinais de recuperação da economia podem desaparecer. “Se nós não tivermos a aprovação da reforma da Previdência teremos claramente a reversão deste cenário. Não devemos economizar as palavras neste aspecto. Muitos países perderam o caminho da história ao longo do tempo. Se perderam no caminho e nunca mais se encontraram. O Brasil está tendo a oportunidade ímpar de fazer as reformas enquanto ainda tem controle sobre a situação”, disse.

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