Economia

PIB do Japão encolhe no 1º tri e aumento de custos cria novas pressões

18 maio 2022, 7:40 - atualizado em 18 maio 2022, 7:40
Supermercado
A terceira maior economia mundial caiu a uma taxa anualizada de 1,0% em janeiro-março, de acordo com os números do Produto Interno Bruto (PIB), contra contração de 1,8% esperada por economistas (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon/File Photo)

A economia do Japão encolheu pela primeira vez em dois trimestres no período de janeiro a março, quando as restrições contra a Covid-19 atingiram o setor de serviços e o aumento dos preços das commodities criou novas pressões, levantando preocupações sobre uma retração prolongada.

O declínio apresenta um desafio para o primeiro-ministro, Fumio Kishida, para alcançar o crescimento e a distribuição de riqueza sob sua agenda de “novo capitalismo”, alimentando o medo de estagflação – uma mistura de crescimento tépido e inflação crescente.

A terceira maior economia mundial caiu a uma taxa anualizada de 1,0% em janeiro-março, de acordo com os números do Produto Interno Bruto (PIB), contra contração de 1,8% esperada por economistas.

Isso se traduziu em uma queda trimestral de 0,2%, mostraram os dados do Escritório do Gabinete, contra previsão do mercado de uma queda de 0,4%.

A leitura fraca pode pressionar Kishida a adotar ainda mais medidas de estímulo com as eleições para a câmara alta em 10 de julho, após os 2,7 trilhões de ienes (20,86 bilhões de dólares) em gastos orçamentários extras compilados na terça-feira.

“A economia voltará a crescer nos próximos trimestres, mas não será uma recuperação dramática, deixando a possibilidade de gastos adicionais em aberto à medida que as eleições se aproximam”, disse Hiroshi Shiraishi, economista sênior do BNP Paribas Securities.

“O lockdown na China e as altas de juros nos Estados Unidos, bem como a crise na Ucrânia, podem pesar na demanda externa. Quedas na renda real das famílias e das empresas devido à piora dos termos de troca podem dificultar a recuperação da demanda interna”, completou.

O consumo privado, que representa mais da metade da economia, foi pouco alterado, mostraram os dados, melhor do que uma queda de 0,5% esperada pelos economistas, mas abaixo do crescimento de 2,5% revisado para cima visto no trimestre encerrado em dezembro.

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