Taxa Selic

PIB do Brasil: Entenda o que esperar da Selic e da renda fixa em 2022, segundo especialistas

02 jun 2022, 14:19 - atualizado em 02 jun 2022, 15:54
cofre, cofrinho, poupança, economia, reserva, ganhos, lucros, renda fixa, selic
Atratividade da renda fixa depende dos rumos da Selic. Saiba o que o PIB do 1T22 indica o que pode acontecer, segundo economistas. (Imagem: Pixabay/ 3D Animation Company)

A economia do Brasil não cresceu no primeiro trimestre (1T22) tanto quanto os especialistas esperavam. O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1%, mas ficou abaixo do consenso de 1,2% no período. E tudo isso já pode estar embutido na taxa Selic e na atratividade da renda fixa em 2022.

A divulgação do PIB do Brasil nesta quinta-feira (02) fez com que muitas corretoras e casas de análises revisassem suas projeções para o ano, desde crescimento da economia, passando por inflação e também patamar de juros.

Ainda que opinião dos economistas não seja tão unânime sobre o resultado do PIB no período, a maioria dos especialistas consultados pelo Money Times considera que o espaço para novas altas da Selic está mais limitado.

“O brasileiro ainda vai consumir muitos serviços e o setor será o grande motor da economia em 2022. A dúvida que paira é se os juros vão frear tal recuperação. Na minha análise, pode até desacelerar, mas não provocará nenhum tipo de recessão no país”, explica Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ampulheta da Selic está secando

O que ajuda explicar o otimismo maior de parte do mercado com a recuperação do PIB brasileiro é sem dúvidas a dose restante limitada que o Banco Central tem para elevar os juros e conter a inflação.

“A inflação elevada, bem como a política monetária mais restritiva, parece ter afetado o comportamento da demanda para pior. Por ora mantemos a expectativa de crescimento do PIB do Brasil em 1,3% em 2022”, comenta Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama.

O investidor precisa ter em mente que, enquanto o BC eleva a taxa Selic para conter a disparada da inflação, por outro lado freia o crescimento econômico do país, com o consumo das famílias taxado. Alguns exemplos clássicos são o encarecimento das compras à prazo ou dos financiamentos imobiliários.

Portanto, existem casas de análises que esperam apenas mais uma alta da Selic à frente na ordem de 50 pontos base, encerrando o ciclo de alta de juros em 13,25% ao ano.

Esse é o caso da Ativa Investimentos, que considera que o PIB do Brasil já não foi tão forte assim e já começa a mostrar os impactos das elevações de juros anteriores pelo Copom, já que existe um intervalo de ao menos seis a nove meses para se notar os efeitos econômicos.

“Para política monetária as implicações parecem mínimas, visto que o mercado já não tem grandes expectativas sobre a austeridade condução do juro, ainda mais agora que a atividade não se mostrou tão pujante”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da corretora.

Eleições trazem mais preocupação

Outra preocupação para o PIB no ano é a ocorrência das eleições 2022 em outubro.

“Apesar do ambiente global mais positivo com a reabertura dos países, vemos um segundo semestre muito desafiador para a economia brasileira. A corrida eleitoral trará muita volatilidade. O PIB divulgado agora é mais um retrovisor”, explica Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores.

Na mesma toada mais cautelosa, Fernanda Mansano, economista-chefe da Empiricus, vê espaço para uma revisão para baixo do PIB no acumulado do ano.

Ela explica que o consumo e o investimento serão influenciados negativamente no segundo semestre. “Consequentemente, esse resultado poderá influenciar na proximidade do fim do ciclo de aperto monetário no país ao longo dos próximos meses”, afirma Mansano.

O que vai acontecer com a renda fixa?

A atratividade da renda fixa depende das expectativas futuras para com a Selic.

A nova discussão, uma vez que a taxa básica de juros atinja o teto, será quanto tempo permanecerá em patamar elevado até que se comece um novo ciclo de corte de juros e reaquecimento da economia.

Analistas do BTG Pactual esperam que a taxa básica de juros siga sem cortes ao menos pelos próximos 12 meses, até que o Banco Central consiga manter a inflação dentro da meta em 2023.

Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Participe do grupo Comprar ou Vender no Telegram!

Faça parte do grupo do Comprar ou Vender no Telegram. Você tem acesso em primeira mão às principais indicações de investimentos dos analistas brasileiros e estrangeiros e ainda participa das discussões sobre os temas. Entre agora para o nosso grupo no Telegram!