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PIB do agronegócio irá crescer acima do esperado, mesmo com pandemia

23 mar 2021, 15:41 - atualizado em 23 mar 2021, 16:03
Na produção pecuária, a projeção é de expansão em todas as áreas, principalmente na produção de aves (+3,8%) (Imagem: Unsplash/@toomuchdata)

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (23), a nova projeção esperada para o setor agropecuário em 2021, cuja elevação saiu de 1,5% para 2,2% de crescimento no ano.

A nova estimativa leva em consideração projeções atualizadas da produção agropecuária e uma revisão metodológica, que visa abarcar de forma mais precisa a evolução do consumo intermediário.

Com isso,  valor adicionado do setor passa a ser desagregado em dois componentes: produção animal (segmentos da pecuária: bovinos, suínos, aves, leite e ovos; além da pesa e da psicultura) e produção vegetal (composta por produtos da lavoura e pela exploração florestal).

Na produção pecuária, a projeção é de expansão em todas as áreas, principalmente na produção de aves (+3,8%).

O desempenho positivo também é previsto para os segmentos bovino (+1,5%), leite (+1,7%), suínos (+1,7%) e ovos (2,3%).

Segundo Pedro Garcia, pesquisador associado ao Ipea e um dos autores do estudo, o segmento de bovinos causa certa preocupação, apesar da alta estimada em 1,5%, em decorrência do nível muito baixo de abates em janeiro no sistema de inspeção federal, que serve como um “proxy” da produção bovina.

“Nossa expectativa é que isso melhore no segundo semestre de 2021, mas essa oferta baixa no começo do ano pode prejudicar o segmento de bovinos e impactar negativamente a estimativa que temos para o resultado total do setor agropecuário em 2021”.

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Agro segura as pontas em 2020

Desemprego no agronegócio em 2020 foi bem menor ante outros setores da economia brasileira, como indústria e serviços (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

Em 2020, a população ocupada no agronegócio somou 17,3 milhões de trabalhadores, queda de 5,2% (ou de 949 mil pessoas) frente a 2019, segundo dados do Cepea.

O número de ocupados no Brasil, por sua vez, registrou queda mais intensa entre 2019 e 2020, de 7,9%, o equivalente a 7,3 milhões de pessoas. Desse modo, a participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro aumentou para 20,1%, contra 19,5% em 2019.

Segundo pesquisadores do Cepea, o resultado do mercado de trabalho do agronegócio em 2020 esteve atrelado às quedas nos empregos em todos os segmentos do setor, com destaque para a agroindústria e os agrosserviços.